Constantemente, A VOZ DA SERRA tem recebido denúncias sobre falta de água em diversos bairros de Nova Friburgo. De fato, o motivo para essa seca atípica pode ser sentido, literalmente, na pele. O intenso calor, que chega aos 30 graus, aliado ao volume quase insignificante de chuvas dos últimos meses tem gerado um resultado nada positivo: a estiagem. De acordo com a concessionária Águas de Nova Friburgo, empresa responsável pelo abastecimento de água no município, enfrenta-se atualmente a seca mais severa desde 2007.
São aproximadamente 170 mil pessoas atendidas pela concessionária, 97% da região urbana, que utilizam em torno de 580 litros de água por segundo. O Rio Grande é o maior distribuidor de água, cerca de 52%, e o mais resistente à falta de chuvas. No entanto, o restante da vazão é proveniente de outros sistemas mais vulneráveis, como o do Debossan, por exemplo, que responde por 26% do abastecimento do município e enfrenta uma redução de disponibilidade de água de 25%. Para atender estas áreas mais afetadas, a empresa tem realizado manobras do sistema ou disponibilizado caminhões-pipa.
No último fim de semana, a concessionária chegou a disponibilizar informes para orientar a população. “Em função dos investimentos realizados pela empresa nos últimos anos em extensões e adequações de adutoras, reservatórios e redes de distribuição, o impacto deste fenômeno está atualmente restrito a 9,5% dos clientes, mas é fundamental que a população que reside nas áreas atingidas adote ações conscientes para evitar desabastecimento”, afirma trecho do folheto.
Por enquanto, os bairros e/ou distritos mais afetados são: Campo do Coelho; Amparo (Parada Folly e Tiradentes); Cascatinha; Curuzu (Varginha, Parque Imperial, Catarcione); Caledônia (Cônego, Bairro da Graça, Vargem Grande, Alto de Olaria); Bela Vista (Nova Suíça, Alto da Chácara, Mirante Real, Jardim Guaracy); Debossan (Perissê, Santa Elisa, Alto das Braunes, Bela Vista, Tingly, Alto de Olaria, Bairro Suiço); Lumiar e São Pedro (Tapera).
No entanto, ainda segundo a concessionária, “se a estiagem se prolongar por muito tempo, poderá haver maiores dificuldades para abastecer a população e uma maior sazonalidade no abastecimento das áreas já atingidas, principalmente nas cotas mais altas, além da necessidade de manobras em áreas que hoje têm abastecimento direto. A concessionária está realizando obras emergenciais para ampliar a capacidade de reforço dos sistemas menores e mais vulneráveis, utilizando água do Sistema Rio Grande (principal manancial do município) e modelo computacional para suporte às decisões operacionais”, diz o informe.
De acordo com a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Marlene Leal, ainda não há previsão de chuvas fortes para os próximos dias: “Já temos algumas frentes frias passando pelo litoral de São Paulo e Rio de Janeiro que deixaram a tarde desta quarta-feira, 14, com um pouco de névoa. No entanto, não há previsão de chuva intensa para os próximos dias capaz de melhorar as condições dos reservatórios”, informou Marlene.
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