Para comemorar o Dia das Crianças, o jornal A Voz da Serra, em uma manhã especialmente divertida, visitou a Escola Municipal Bernardo Pacheco, em São Geraldo, para propor uma brincadeira onde se inverteriam os papéis e as crianças fossem protagonistas e interpretassem as funções de adultos na escola.
Com o total apoio da diretora Marcele Braune, as turminhas se uniram e democraticamente escolheram os personagens que queriam “interpretar”. Mária Ventura, ex-funcionária da escola e atual secretária do jornal, foi formulando perguntas, e instigando as crianças a pensarem as várias questões do mundo dos adultos na visão delas.
Teve aluna-merendeira, professor, inspetor, e até, naturalmente, uma diretora. E os professores aproveitaram para voltar no tempo e reviver a época em que eram estudantes.
Perguntadas sobre o que trabalho significava pra ela, Annalys, de oito anos, respondeu: “Trabalho é que os adultos fazem demais e não ficam nem um pouquinho com a gente”. Já Monique, da mesma idade, disse: “Minha mãe chega em casa tão cansada, que vai logo dormir”.
Sobre dinheiro, que para os adultos é o fruto do trabalho, Ariane lembrou que é ele que compra arroz, feijão, macarrão, café, biscoito, roupa... e brinquedo, claro.
Sobre a lua, Ana Beatriz, de 11 anos, que quer ser pintora quando crescer, disse que ela é bonita e brilhosa, e que Deus “é tudo!” Já sobre política, ela é categórica: “Política é cuidar bem do Brasil”.
Natasha de 10 anos, respondeu que guerra é briga, que inveja é querer as coisas dos outros.
Júlia, 11 anos, perguntada sobre meio ambiente, acha que se as pessoas pararem de jogar lixo nas ruas, não queimar as matas , o mundo vai ficar muito melhor.
E Júlia faz a parte dela: “Quando eu não encontro uma lixeira na rua, eu coloco meu lixo na mochila e levo pra casa”.
Quanto a paz, ela compara à tranquilidade, quando “todo mundo tá bem com os outros, sem briga nem discussão”.
Sobre economia de água, Ludmila, de 11 anos, enfatizou: “A gente não pode demorar muito no banho, nem deixar torneira aberta quando for escovar os dentes, e outras coisas que fazem gastar água à toa”
Quanto a dinheiro, ela acredita que só existem ricos e pobres por causa da “desigualdade”.
E o que pode ser feito para melhorar a vida das crianças?
“Bom, isso não sei”. Kevin, 7 anos, acha que igreja é “coisa de Deus”. Nayane, 6 anos, que quer ser manicure, disse que para ter paz tem que “ficar quieto” e que o céu é “azul”. Camila acha que cuidar da natureza é molhar a terra, plantar, regar. E Ramon, de 6 anos, quer ser bombeiro, “para salvar vidas”.
E assim, cerca de 50 crianças, de 6 a 11 anos, disseram o que achavam sobre diversos assuntos, como mãe, tempo, solidão, universo, escuridão, gente que vive na roça, idosos. Foram tantas declarações engraçadas e surpreendentes, que o espaço de uma página não bastaria para registrar tudo com fidelidade. Ao fim, professores e alunos e a equipe de A Voz da Serra se confraternizaram, felizes e gratos pela experiência compartilhada.
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