Impressões — 26/09/2015

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Fábula

Saturno - Também conhecido como Tempo, filho do Céu e da Terra. É um dos titãs. Com uma foice dada por sua mãe, Saturno mutilou o pai, Urano, tomando o poder entre os deuses. Expulso do céu por seu filho Júpiter (Zeus), refugiou-se no Lácio. Lá exerceu a soberania e fez reinar a idade do ouro, cheia de paz e abundância, tendo ensinado aos homens a agricultura.

(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – com argumentos tirados da história poética – Ed. Garnier – Paris)

Linha do tempo

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

Fernando Teixeira de Andrade

Clima—nada será como antes

A comunidade científica vem advertindo sobre as consequências das mudanças climáticas e ao mesmo tempo muitas populações já conhecem de perto os impactos do aquecimento do planeta. O aumento da temperatura média, a alteração no padrão de precipitação, a área coberta por neve, o nível do mar e muitos outros parâmetros ambientais foram analisados detalhadamente pelos cientistas. As conclusões indicam que, dentro de um índice de confiabilidade de 95%, o clima de nosso planeta já está efetivamente sendo alterado. O aumento médio da temperatura global foi de 0,76 grau centígrado, mas em algumas regiões essa elevação foi muito maior. São projeções mas uma coisa é certa: nada será como antes. O que está acontecendo com o planeta?

Mesmo levando em conta o tom de urgência, os pesquisadores esclarecem que o objetivo não é ser alarmista ou catastrofista. Apesar das incertezas científicas, as projeções feitas pelos cientistas são muito prováveis de se tornar realidade. A ciência do clima existe justamente para contribuir para a elaboração de políticas públicas que trabalhem com esses cenários climáticos, com o objetivo de que muitas projeções sejam minimizadas. 

El Nino—uma mudança

Em março deste ano, os satélites da Nasa identificaram que a temperatura da superfície do Oceano Pacífico estava mais quente do que o normal, indicando a ocorrência do fenômeno El Niño. Na ocasião, eles achavam que seria um fenômeno fraco. Nesta semana, no entanto, os cientistas reavaliaram os dados e concluíram que podemos estar diante de um El Niño forte — talvez tão forte quanto o de 1997-1998, considerado um dos mais intensos já identificados.

O El Niño é um fenômeno natural que acontece quando a superfície do mar perto do Chile e do Peru fica mais quente. Nesses países, ele provoca chuvas na época do Natal, e por isso ganhou o nome de “niño”, uma referência ao “Menino Jesus”. Mas esse fenômeno interfere no clima de muitas partes do mundo. Como o mar está mais quente, há mais evaporação e mais formação de nuvens, alterando a circulação atmosférica e provocando secas e cheias em regiões tão distintas quanto as Américas, Austrália, Índia e Japão.

Somos responsáveis

As mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: econômica, social e ambiental.

Todos nós, sem exceção, estamos sendo afetados por esta questão: cidadãos comuns, empresas, governos, economias e, mais importante de todos, a natureza.

Mudanças climáticas sempre foram registradas ao longo dos milhares de anos que o planeta Terra tem. O problema prende-se com o fato de, no último século, o ritmo entre estas variações climáticas ter sofrido uma forte aceleração e a tendência é que tome proporções ainda mais caóticas se não forem tomadas medidas.

O que pode acontecer?

A temperatura, no século passado, registrou um acréscimo de 0,76ºC. A previsão é que no presente suba entre 1,1 a 6,4ºC, dependendo das medidas mitigadoras que sejam encetadas.

A atividade humana foi apontada por cientistas especializados nesta área como sendo a principal causa destas mudanças do clima. Ao mantermos uma atitude inerte e apática perante esta questão, corremos o risco de sermos expostos a eventos climáticos extremos e imprevisíveis (como os que têm sido noticiados nos últimos tempos) e com efeitos nefastos para todo o mundo!

Variações extremas no clima

Ao longo dos últimos 10 anos, o número de relatórios de cheias, ondas de calor, furacões e outras variações climáticas tem aumentado consideravelmente  A maior parte da comunidade científica acredita que este é um dos primeiros efeitos visíveis do impacto do aquecimento global no nosso ecossistema.

Aumento do nível do mar

Nos últimos 120 anos o nível do mar subiu cerca de 20cm. Estima-se que, sem um esforço concertado para diminuir as emissões de CO2, o nível médio do mar suba cerca de 0,5 metros nos próximos 100 anos, com consequências graves para as áreas e cidades costeiras.

Desertificação

Uma das consequências mais marcantes do aumento da temperatura global é o aumento das regiões secas e áridas. Este fenômeno é já particularmente visível em África mas alastrar-se-á pelo planeta, levando a uma diminuição generalizada dos terrenos próprios para cultivo, a um avanço dos desertos e à consequente ameaça das populações limítrofes, e a alterações substanciais na fauna e na flora das regiões afetadas.

Propagação de doenças tropicais

Doenças como a malária, a cólera, a febre do Nilo Ocidental ou a Dengue estiveram até muito recentemente confinadas às regiões tropicais. O aumento da temperatura global permite que os mosquitos e outras espécies que normalmente propagam estas doenças sobrevivam em latitudes mais elevadas.

Extinção de espécies de fauna e flora

Segundo estudos, um aumento de 1,5 a 2,5ºC na temperatura média global porá em risco de extinção 20 a 30% das espécies atuais de fauna e flora. O risco de extinção é uma consequência direta das variações no clima, do aumento do nível do mar e da desertificação, cujo efeito combinado provocará desequilíbrios tremendos no ecossistema de mais de um milhão de espécies.

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