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E se eu tivesse que ir... ao Rock in Rio?
Vou contar um segredão: apesar de escrever sobre música aqui todo fim de semana, eu não tenho nenhum pique para grandes festivais e shows lotados. Sou o tipo de cara que prefere show com menos gente, espaço pra respirar, poder andar tranquilo entre a platéia. Resumindo, apesar dos recém-completados 22 anos, sou um velho mala daqueles.
Mas me fiz uma pergunta esses dias: E se eu ganhasse ingresso pro Rock in Rio? Um que eu pudesse escolher o dia que quisesse, com hospedagem, alimentação e passagem paga? Mesmo assim eu pensaria se iria ou não, porque nem tudo na vida se paga em dinheiro. Imagino: uma longa viagem, fila pra comida, bebida, banheiro, interferências climáticas e gente, muita gente. Ok. Vou parar de divagar e responder, perguntando: Que dia eu escolheria?
Apesar de dos problemas que todo grande festival tem, o RIR tem uma estrutura que, com certeza, suporta o tamanho do festival. Lançado há 30 anos e com mais de 10 edições ao redor do mundo, hoje ele é uma das maiores referências desse tipo de evento.
Com um cardápio variado em seus sete dias de duração, divididos em dois fins de semana, a 7ª edição nacional do Rock in Rio vai trazer desde o som pop da Rihanna, passando pelo rock clássico do Queen, o Ska Rock do Paralamas do Sucesso até chegar ao metal pesado do Mastodon. Sem contar as diversas atrações do Palco Mundo, a programação eletrônica e o Rock Street.
Vou pensar minhas opções: não gosto de Metal. É um estilo caracterizado por instrumentistas muito virtuosos, com muita técnica, sons agressivos e pesados. Esse tipo de música é muito bom, sucesso de público nesses festivais, mas nunca me atingiu. O RIR vem com bons representantes: lendas como o Mastodon e o Metallica e outras bandas famosas como Slipknot e System Of A Down, estão no Line Up. Então, não rola eu ir nos dias 19, 24 e 25.
Também não me arrisco no dia 26, apesar de ter a melhor programação do Rock Street, com o Barão Rodrigo Santos, o Kid Abelha George Israel e a banda Autoramas. Apesar disso, no dia mais dedicado ao pop tem a atração que eu mais me interessei em assistir de todo o festival, que subirá no Palco Sunset. O duo Bossa Nova mais Punk do mundo se reunirá com o baixista Punk mais Bossa Nova do mundo.
O Brothers Of Brazil, dos irmãos Supla e João Suplicy se unirão a Glen Matlock, baixista da formação original do Sex Pistols, que era considerado o melhor instrumentista da banda e, reza a lenda, foi expulso dela por gostar demais de Beatles. A união é bastante inusitada e de extremo bom gosto. Criei uma expectativa relativamente alta para ver essa turma no palco.
Porém, ainda acho a atração insuficiente para encarar o dia do pop, que tem como cabeças Rihanna, Sam Smith, Lulu Santos e a banda Sheppard. Vale comentar que no mesmo dia aparecerão no Sunset os duetos Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, Angelique Kidjo e o baixista Richard Bona e Erasmo Carlos e Ultraje A Rigor. Todos esses shows serão no mínimo curiosos.
O último dia do festival é o que menos chama minha atenção nas atrações em geral. Mas ainda tem coisa boa. Para quem gosta de pop, Kate Perry aparece mais uma vez. Grande pedida. Para que curte ouvir bons instrumentistas, no Palco Sunset, Al Jarreau volta ao RIR 30 anos depois de sua primeira apresentação e Raul Midón se une à banda nacional Suricato para mostrar seu virtuosismo no violão. Marcos Valle dá as caras na Rock Street.
Sobraram os dias 18 e 20, vamos ver.
Já disse antes que a atração que mais gostaria de ver do festival seria Brothers Of Brasil + Glen Matlock. Mas, do Palco Mundo, o principal, quem mais chama minha atenção é essa reunião do Queen com o Adam Lambert, que acontecerá no primeiro dia.
Em vídeo, Adam – que surgiu em um concurso de cantores desses que estão se tornando cada vez mais famosos – mostra que conhece muito bem o estilo de cantar que Freddie Mercury tinha. Mas, sem comparar os dois, Adam se sai muito bem cantando com os integrantes originais do Queen.
Mas não é só isso que tem na abertura do festival. No mesmo dia sobem ao palco as bandas One Republic e The Script, das quais não sou nem um pouco fã. Ainda tem um show – comandado por Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial – em comemoração aos 30 anos do Rock In Rio, com Frejat, Ivan Lins, Titãs, Ney Matogrosso, Blitz, entre outros. Pode vir coisa boa dessa festa, mas não sei o que esperar.
Apesar de já ter tomado uma decisão, quero citar as coisas boas do mesmo dia: homenagem a Cássia Eller, que fez história no festival; a DJ Vivi Seixas homenageando o pai, Raulzito, na Eletrônica, e uma reunião da banda Dônica com o cantor e compositor Arthur Verocai, que me deixa um pouco curioso. Fora isso, o grande João Donato também estará presente no Rock Street.
Então, agora vocês já sabem a minha resposta: se eu tivesse que ir ao Rock in Rio seria no dia 20 de setembro. Vamos aos motivos!
De cara: ver Elton John ao vivo. O show do pianista é um verdadeiro espetáculo e deve ser muito emocionante vê-lo no palco. Meu pedido pro show seria bem clichê: ouvir o hit “Tiny Dancer”, da clássica cena do ônibus do filme Quase Famosos (2000). Além do John, teria o show do Rod Stewart, outro cara bem interessante de se ver ao vivo e que tem uma sonoridade agradável, misturando blues com pop.
No pacote, ainda teria dois grandes shows nacionais. O Paralamas do Sucesso, ainda em forma, e Baby do Brasil e Pepeu Gomes tocando juntos depois de muitos anos. Se a cantora já conquista em seu show Baby Sucessos, imagina interpretando aquelas músicas com Pepeu na guitarra!
Então é isso! No Rock in Rio desse ano escolheria o dia 20 de setembro. E você, leitor? Tem algum dia favorito do festival?
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