Radar — 10/09/2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A produção industrial recuou, de junho para julho, em oito dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As quedas mais acentuadas foram registradas no Paraná (-6,3%) e no Ceará (-5,2%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física Regional, divulgada ontem, 9. Outros dois estados tiveram queda mais acentuada do que a média nacional (-1,5%): Santa Catarina (-2,4%) e São Paulo (-1,8%). Também houve redução na produção industrial no Amazonas (-1,5%), Espírito Santo (-1,4%), em Minas Gerais (-1,3%) e no Rio de Janeiro (-0,9%). Por outro lado, seis locais tiveram aumento na produção no período: Rio Grande do Sul (6,8%), Bahia (5,2%), Pernambuco (3,3%), Goiás (0,6%) e Pará (0,4%).

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A retomada do crescimento do setor automotivo no sul fluminense, região que concentra a segunda maior indústria do ramo no país, deverá incluir medidas de estímulo ao consumo e à competitividade, além de investimentos em infraestrutura, disse Wesley Custódio, presidente do cluster automotivo da região, entidade que reúne 17 empresas do setor, entre montadoras e fornecedores como a Nissan, a Peugeot e Hyundai. Ao detalhar impactos da crise financeira no setor, que reduziu em 10% as encomendas entre 2014 e 2015, Custódio lembrou que, nesse período, as empresas tiveram que demitir três mil de seus 15 mil trabalhadores. Para tentar segurar os demais postos de trabalho, mais três mil funcionários foram colocados de férias antecipadas, tiveram redução de jornada de trabalho ou receberam days off (dias em que o funcionário é dispensado do serviço, mas recebe salário).

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O Brasil está mais transparente em relação ao orçamento. O país ficou em sexto lugar entre as 102 nações analisadas pelo Índice de Orçamento Aberto 2015, divulgado pela ONG international Budget Partnership  em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos. No estudo anterior, divulgado em 2013, o Brasil ocupava a 12ª posição. O país melhorou seu desempenho de 73 pontos em 100 possíveis, na época, para 77 pontos no relatório atual.

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A taxa de juros cobrada pelos bancos continua em alta este mês. Dados divulgados ontem, 9, pela Fundação Procon mostram que das sete instituições financeiras avaliadas, três elevaram as taxas do cheque especial e uma elevou a do empréstimo pessoal. A pesquisa foi realizada no último dia 2 no Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander. Os dados se referem às taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais.

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No dia da pesquisa do Procon, a taxa média cobrada pelos bancos no cheque especial era 11,9% ao mês, superior à de agosto, quando a média era 11,67%. A maior alta ocorreu no Banco do Brasil, que alterou a taxa do cheque especial em setembro de 10,53% para 11,38% ao mês. Também elevaram os juros do cheque especial o Bradesco (de 11,3% para 11,64% ao mês) e o HSBC (de 13,21% para 13,67%  ao mês). Os demais bancos mantiveram a taxa do cheque especial. Já no empréstimo pessoal, a taxa média de juros cobrada pelos bancos foi 6,26% ao mês. O valor é superior ao de agosto, quando a taxa média cobrada era 6,23% ao mês. O único banco que elevou os juros do empréstimo pessoal foi a Caixa, que passou de 4,6% ao mês para 4,8% ao mês.

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Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que, para minimizar perdas de receita em um ano difícil, o varejo tem recorrido, de forma cada vez mais frequente, às liquidações de estoques, até então atreladas ao calendário de datas comemorativas do setor ou a mudanças de estação do ano. De acordo com a CNC, com a confiança do consumidor registrando seguidamente novos pisos históricos e o atual nível recorde de taxa de juros dos empréstimos e financiamentos pessoais, o cenário corrente de consumo, caracterizado pela queda nas vendas e pelo acúmulo de estoques, tem se mostrado ainda mais adverso para aqueles segmentos cuja demanda guarda maior dependência com as condições de crédito e de otimismo por parte dos consumidores. Não por acaso, as perdas nos ramos automotivo (-15,6%) e de móveis e eletrodomésticos (-11,3%) lideram as quedas nas vendas do varejo em 2015.

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A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados aprovou, com emendas, o Projeto de Lei que reconhece a relação de parceria entre salões de beleza e prestadores de serviços, criando as figuras do ‘salão-parceiro’ e do ‘profissional-parceiro’. O texto aprovado define ‘salão-parceiro’ como o detentor dos bens materiais necessários ao desempenho das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicuro, depilador e maquiador. Já o ‘profissional-parceiro’ é quem exercerá essas atividades, mesmo que constituído sob a forma de empresa. 

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