Mais de um ano após entrar para o calendário obrigatório do Ministério da Saúde, a vacina contra o HPV registra baixos índices de procura. Até o último dia 24 de agosto, o estado do Rio de Janeiro imunizou apenas 43,51% do público-alvo, as meninas de 9 a 11 anos. Alguns municípios fluminenses ainda não alcançaram nem 20% de cobertura vacinal. Já a média nacional registrou 49,63%. O Ministério da Saúde tem como meta vacinar 80% das meninas dentro desta faixa etária.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, dá sua versão para a baixa procura pela vacina. Ele acrescenta que a imunidade a longo prazo só é garantida se as três doses da vacina forem tomadas. “Um dos grandes desafios que enfrentamos é que o HPV é uma doença sexualmente transmissível e as pessoas não se sentem vulneráveis, ainda acreditam que esta é uma realidade muito distante. Por isso, muitas não procuram os postos de saúde para se vacinar. É fundamental que as pessoas tomem as três doses: a segunda seis meses após a primeira, e a terceira dose cinco anos depois”, destaca Chieppe.
Em março de 2014 a vacina contra o HPV foi disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde pelo ministério. No mesmo ano, foram vacinadas cinco milhões de meninas de 11 a 13 anos. “A incorporação da vacina contra o HPV ao calendário obrigatório fez com que ela pudesse ser encontrada durante todo o ano nos postos de saúde, não apenas em um período específico como em campanhas. A vacina é uma das formas mais eficazes de proteção contra o vírus e o câncer de colo de útero”, afirma Chieppe.
Em 2015 passaram a ser vacinadas meninas de 9 a 11 anos. A escolha da faixa etária foi definida com base em estudos que mostram que a vacina tem maior eficácia se for administrada em adolescentes que ainda não foram expostas ao vírus, pois nessa idade há maior produção de anticorpos contra o HPV que estão incluídos na vacina.A vacina contra HPV é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para prevenção do câncer do colo do útero — terceiro tipo mais frequente na população feminina e terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A vacinação é utilizada como estratégia de saúde pública em outros 51 países, que já realizaram a imunização com mais de 175 milhões de doses desde 2006, sem registros de eventos que pudessem pôr em dúvida a segurança da vacina.
Até o momento, a região Centro-Sul Fluminense é a que possui a maior cobertura vacinal (61,12%). Enquanto isso, o Médio Paraíba foi a região que menos vacinou: apenas 30,74% do público-alvo foi imunizado. Os municípios de Búzios, Sumidouro, Duas Barras, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Bom Jesus de Itabapoana, São Sebastião do Alto e Vassouras já bateram a meta. Macuco, São José de Ubá e Comendador Levy Gasparian já vacinaram 100% do público-alvo.
QUEM DEVE SE VACINAR - Em 2015 a vacina está sendo oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, às meninas de 9 anos. Para receber a dose basta apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação. Para as meninas que não tomaram a primeira dose, a vacina permanece disponível nos postos de vacinação, pois foi incorporada no calendário de imunização do sistema público de saúde. Meninas de 12 a 13 anos que ainda não foram vacinadas devem procurar uma unidade de saúde do SUS para tomar a vacina. Em Nova Friburgo, a vacinação é feita no posto Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, e também nas unidades de saúde de Olaria e Conselheiro Paulino.
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