O IMPOSTÔMETRO brasileiro registrou na sexta-feira, 28, por volta do meio-dia, a cifra de 1 trilhão e 314 bilhões de reais pagos em tributos este ano. O expressivo valor daria para transformar em realidade alguns sonhos da população. Como a construção de 4,5 milhões de postos de saúde equipados, 45,2 milhões de salas de aula ou pagar 87.755 vezes a conta de luz de todos os cidadãos.
NA CONTRAMÃO do esforço nacional com a crise batendo à porta, a presidente Dilma Rousseff decidiu adotar uma medida óbvia para devolver um mínimo de credibilidade ao seu governo: a extinção de ministérios supérfluos. Pressionada diante da crise política e econômica que acomete seu governo, a presidente autorizou cortar dez de seus 39 ministérios até setembro, além de reduzir o número de secretarias e cargos comissionados.
A DECISÃO parece sensata, mas também reveladora do absurdo que foi formar um dos maiores ministérios do planeta para garantir apoio eleitoral e político. Ainda assim, trata-se de uma medida paliativa diante do escancarado aparelhamento da máquina estatal e da prática explícita de fisiologismo tanto por parte do governo quanto pelos partidos beneficiados.
O QUE O GOVERNO está devendo é uma ampla reforma ministerial, com a redução de pastas e a nomeação de pessoas realmente capacitadas para o exercício da administração, de preferência sem compromissos partidários que comprometam sua atuação. O corte de despesas não pode ser o único objetivo, embora seja um absurdo a existência de 22 mil cargos comissionados no Executivo.
DESDE A CONSTITUIÇÃO de 1988, o setor público passou a tomar 15% a mais do PIB da nação. Antes da Constituição, a carga tributária girava em torno de 22% do PIB e, hoje, já passa dos 37%, Isso, em apenas três décadas, é um aumento brutal do peso do Estado sobre a sociedade e significa dramática transferência de renda e de propriedade do setor privado (leia-se: das pessoas) para o governo.
AS AGÊNCIAS de risco vêm afirmando que as metas de superávit não serão alcançadas, pois o pacote do governo está tendo forte oposição no Congresso e tudo indica que vem mesmo aumento da carga tributária. Sendo 2015 um ano em que o PIB não vai crescer, a inflação está acima do teto da meta e o desemprego crescendo, teremos notícias altamente negativas que tornam possível a previsão de que esta década caminha para ser perdida em termos de crescimento econômico.
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