Apenas os segurados da Previdência Social que agendaram atendimento pelo telefone, que recebem auxílio-doença ou que precisam de perícia médica têm sido atendidos pelos servidores da agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Nova Friburgo. A unidade está realizando apenas 8% dos cerca de 850 atendimentos previstos por dia, desde julho, quando os profissionais aderiram à greve nacional da categoria. Os servidores esperam que o governo federal apresente uma proposta por escrito para encerrar a paralisação.
Segundo o técnico do seguro social no município, Reginaldo Antonio de Moraes, os servidores do INSS reivindicam reajuste salarial de 27%, além de incorporação da gratificação de desempenho de atividade no salário e concurso público para ampliar o quadro de pessoal. “A principal pauta é a gratificação, mas há outras como o vale-refeição, que está congelado há quatros anos, a falta da capacitação laborativa e melhores condições de trabalho. O sistema que usamos para atender os segurados é lento e arcaico. Nós não conseguimos atender as pessoas com agilidade por causa disso”, reclama o profissional, que trabalha há 42 anos no INSS, em Friburgo. Reginaldo ainda observou que a unidade tem 26 servidores — e destes, 22 já podem se aposentar.
A última nota divulgada pelo Ministério da Previdência Social sobre a greve, no último dia 14, destaca a decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a qual determinou que as entidades representativas da categoria mantenham 60% dos servidores trabalhando enquanto durar a greve. O órgão destacou que a ação foi ajuizada com objetivo de minimizar os impactos negativos da paralisação. O INSS deixou de divulgar o balanço sobre a adesão dos funcionários no último dia 12, quando informou que 21% dos trabalhadores estavam parados em todo o país.
O contribuinte que não foi atendido durante o período da greve terá o reagendamento feito pela própria agência, informa o Ministério da Previdência Social. O segurado poderá confirmar a nova data pelo telefone de atendimento 135, no dia seguinte ao qual seria atendido. O órgão ainda esclareceu que o INSS vai considerar a data originalmente agendada como o dia de entrada do requerimento, para evitar prejuízo financeiro nos benefícios do segurado.
Correios podem entrar em greve no próximo mês
Os funcionários das nove agências e do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios, em Nova Friburgo, também podem entrar em greve na terceira semana de setembro. No próximo dia 15, uma assembleia será realizada no Rio de Janeiro para definir os rumos do movimento. A negociação do acordo coletivo está em andamento. Segundo o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Estado do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Marcos Sant’Águida, os funcionários querem aumento real do salário, a realização de concurso público, segurança, aumento do vale-alimentação e refeição entre outras pautas.
“Nós não obtivemos avanços até o momento, a empresa não apresentou nada. Sabemos que está difícil, por conta da conjuntura econômica, da crise que está instalada aí, mas, pelo que a gente viu, ainda não chegou aos Correios, mas está chegando a outras áreas por aí afora. O número que temos hoje, de 123 mil trabalhadores, não é alterado há mais de 15 anos. Em contrapartida, as cidades e a população estão aumentando. Os Correios passaram a fazer entregas do comércio eletrônico e não tem trabalhador, a sobrecarga é real”, disse o diretor.
De acordo com os Correios, as negociações estão em curso e as cláusulas financeiras serão tratadas e uma reunião seria realizada nesta quinta-feira, 27. A empresa ainda informou que criou mais de 13 mil vagas efetivas desde 2011 e está finalizando um concurso para preencher duas mil vagas neste ano.
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