Radar — 15/08/2015

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O setor manufatureiro paulista fechou 30,5 mil postos de trabalho em julho, o equivalente a uma queda de 1,07% em relação ao quadro de funcionários em junho, na leitura com ajuste sazonal. Este é o pior julho desde 2006, início da Pesquisa de Nível de Emprego da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). De acordo com Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp, responsável pelo levantamento, “se somarmos os empregos perdidos em 2014 e 2015, são 10 estádios da Copa lotados”. Em 2014, a indústria paulista registrou o fechamento de 130 mil postos de trabalho.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que os subsídios para energia alternativa no país dependem das possibilidades financeiras do governo. Num encontro com empresários em São Paulo, na noite de quinta-feira, ele explicou que “dar subsídios à energia alternativa vai depender da nossa própria capacidade, que, neste momento, não é das mais extensas”. Sobre o desenvolvimento sustentável, ele afirmou que as empresas não devem depender do governo e precisam investir, inovar e melhorar processos. “O caminho não é esperar que o governo faça um chuveirinho de dinheiro para começar”. Segundo ele, o Brasil tem uma condição privilegiada de alternativas para a sustentabilidade, mas é necessário continuar melhorando para não ficar para trás em relação aos outros países.

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, reuniu-se na quinta feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da inclusão de projetos de sua pasta na Agenda Brasil. Ao deixar a reunião, Monteiro comentou a possibilidade de “ajustes” nas relações comerciais do Mercosul, mas se mostrou contrário à ideia de enfraquecimento do bloco. Faz parte da Agenda Brasil uma proposta para extinguir a união aduaneira com o Mercosul, de modo a firmar acordos bilaterais com outros países sem precisar da anuência do bloco. Monteiro disse que o Senado tem legitimidade para colocar o tema em debate, mas lembrou que o Mercosul “é uma construção institucional de 20 anos, que tem uma importância estratégica fundamental para o país”.

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O ministro da Educação Renato Janine assinou ontem, em São Paulo, as portarias que autorizam o funcionamento dos polos de inovação que vão integrar os institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia em cinco estados. Segundo o Ministério da Educação, os primeiros cinco polos de inovação serão instalados nos institutos federais da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Eles foram selecionados a partir de chamada pública da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e ao Ministério da Educação.

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Pesquisa Anual de Comércio (PAC) de 2013, divulgada ontem pelo IBGE, encontrou 1,6 milhão de empresas comerciais no país, que geraram R$ 2,7 trilhões de receita operacional líquida e pagaram R$ 168,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações aos seus 10,4 milhões de trabalhadores. Em relação a 2012, o número de empresas recuou 1,2%, enquanto o pessoal ocupado cresceu 4,4%. As participações dos três segmentos do setor (comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, comércio por atacado e comércio varejista) ficaram praticamente estáveis no período. A PAC investiga a estrutura produtiva do segmento empresarial do comércio brasileiro e seus três segmentos, mensurando seus níveis de produtividade, margem comercial, salários, pessoal ocupado e produção. Em 2013, o Sudeste predominou nas principais variáveis do comércio: receita bruta de revenda (R$ 1,5 trilhão ou 51,5% do total); salários, retiradas e outras remunerações (R$ 94,1 bilhões ou 55,9%); pessoal ocupado (5,4 milhões ou 51,7%) e unidades locais (855.915 ou 49,1%). O Sudeste destacou-se também por possuir o maior salário médio mensal (2,0 salários mínimos), enquanto Sul e Centro-Oeste igualaram a média do Brasil (1,8 salário mínimo) e Norte (1,7) e Nordeste (1,4) vieram a seguir. O Nordeste foi a única região onde a receita bruta do varejo (48,4%) superou a do atacado (39,7%).

 

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