Radar — 11/08/2015

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central (BC) esperam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegue a 9,32% este ano. Essa foi a 17ª elevação seguida para a projeção. Na semana passada, a estimativa estava em 9,25%. Para o próximo ano, a expectativa é inflação menor: 5,43%. Na semana passada, a estimativa estava em 5,40%. As projeções estão acima do centro da meta de inflação, 4,5%. O teto da meta, 6,5%, deve ser estourado este ano. Na última sexta-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA acumulado nos primeiros sete meses do ano chegou a 6,83%, o índice mais elevado para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%). Em 12 meses encerrados em julho, a taxa ficou em 9,56%.

*****

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Afonso Arinos de Mello Franco Neto, afirmou na sexta-feira, 7, que os desafios do ajuste fiscal são estruturais, entre eles as despesas previdenciárias. Ele participou, no Rio de Janeiro, do encerramento do seminário A Agenda de Crescimento do Brasil, na Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o secretário, essas despesas precisam de solução urgente. “A Previdência tem aspectos conhecidos de longo prazo”. Segundo ele, o problema deveria ser abordado logo, usando a oportunidade como forma de contribuir para o ajuste fiscal, “sem problema cíclico”. Ele destacou que a criação de uma boa perspectiva para o futuro “ajuda no resultado do ajuste fiscal no presente”. Afonso Arinos lembrou que existem  estudos de vários ministérios, novos e antigos, sobre o problema e disse que a equipe do Ministério da Fazenda não trabalha em qualquer proposta específica sobre a Previdência para encaminhar ao Congresso. Na opinião do secretário, entre os fatores que provocam o aumento das despesas previdenciárias no Brasil estão a desaposentação e a regra de pagamento de benefícios conhecida como 85/95, em que a soma da idade e do tempo mínimo de contribuição deve ser igual a 85 pontos ou mais para as mulheres e a 95 ou mais pontos para os homens.

*****

O Centro Internacional de Negócios do Sistema Firjan divulgou, na semana passada, o Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio. O estudo, feito a cada dois anos, tem o objetivo de traçar o perfil das empresas fluminenses que atuam no Comércio Exterior e mostrar quais os obstáculos internos e externos enfrentados pelos empresários para importar e exportar seus produtos. Em 2014, o Rio de Janeiro foi o segundo estado em participação no comércio exterior brasileiro, ficando atrás apenas de São Paulo. O saldo comercial do Rio se manteve positivo apesar do saldo negativo do Brasil, depois de 13 anos de superávit. As exportações do estado do Rio de Janeiro, no entanto, apresentaram uma queda de 21%. Já as importações tiveram um aumento de 5,9%.

*****

Os presidentes da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Eduardo Gouvêa Vieira, e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, manifestaram apoio à proposta de união pela governabilidade, apresentada pelo vice-presidente da República, Michel Temer. Em nota conjunta divulgada eles dizem que “o momento é de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil”. Segundo Vieira e Skaf, o Brasil enfrenta a mais aguda crise econômica e política dos últimos 20 anos. Eles dizem que o país “não pode se permitir irresponsabilidades fiscais, tributárias ou administrativas, e deve agir para manter o grau de investimento tão duramente conquistado, sob pena de colocar em risco a sobrevivência de milhares e milhares de empresas e milhões de empregos”.

*****

O Valor Bruto da Produção (VBP) de carne bovina deve chegar ao fim deste ano em torno de R$ 93 bilhões, conforme estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Isso corresponde a um aumento de 19,23 % em relação aos R$ 78 bilhões do VBP no ano passado. Caso a expectativa se concretize, estará apenas dando seguimento ao consumo crescente de carne bovina no mundo. De acordo com a CNA, as exportações do Brasil neste setor cresceram 737% em 14 anos, passando de US$ 779 milhões (R$ 2,7 bilhões a preços de hoje), no ano 2000, para US$ 6,4 bilhões (R$ 22,2 bilhões), em 2014. Números da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) mostram que, no ano passado, o Brasil vendeu carne bovina in natura para 151 países e industrializada para 103 países.

*****

Brasileiros residentes no exterior já sacaram R$ 120 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço desde 2010, quando teve início a parceria entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Relações Exteriores. Ampliado recentemente, o acordo permite que a solicitação de saque seja feita em mais de 50 cidades em quatro continentes. Somente em 2015, até junho foram movimentados R$ 325 milhões, num total de 1.168 transações.

 

TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.