Das rodas de conversa informal entre amigos aos noticiários internacionais. A instabilidade econômica do Brasil se tornou o assunto da vez. Com um cenário que aponta uma crise já instalada nos grandes centros do país, a questão agora é identificar os reais impactos dessa onda turbulenta na economia das cidades do interior. Movidos por essa causa, alunos da turma de Pesquisa de Mercado da Universidade Candido Mendes buscaram apontar a visão da população friburguense a respeito da atual crise econômica, através de um estudo realizado no fim do mês passado.
De acordo com a pesquisa, realizada pela internet, 93% da população têm acompanhado a situação econômica do país e 83% deles acredita que o país vive uma crise. No que diz respeito aos efeitos da instabilidade no consumo, os dados são, no mínimo, curiosos. Isso porque 76% dos entrevistados afirmaram que já foram afetados de alguma forma pela atual conjuntura — embora 69% dos mesmos entrevistados informem que ainda não deixaram de consumir por esse motivo.
Os dados referentes à estabilidade no emprego e a aquisição de bens também chamam a atenção. Apesar de apenas 32% dos entrevistados se sentirem seguros e estáveis em seus empregos atuais, 62% adquiriram algum bem durável em 2015, com destaque para a compra de veículos, declarada por 9%, e imóveis, citada por 5% dos questionados.
De acordo com o economista e coordenador da pesquisa, Sidney Mathias, “as informações, ora conflitantes, ressaltam certa desorientação da população em relação ao cenário econômico”.
Já no que diz respeito aos preços dos produtos e serviços, é praticamente uma unanimidade (96%) a percepção de que houve aumento nos estabelecimentos de Nova Friburgo. Dentre os principais, segundo 41% dos entrevistados, está o grupo dos alimentos e bebidas, seguido pelo transporte, com 12% das indicações.
Para conseguir fechar o mês sem deixar as finanças no vermelho, 44% dos entrevistados que afirmaram ter alguma economia para emergências, disse ter precisado utilizar estes recursos no primeiro semestre do ano.
O governo também foi avaliado no estudo. O governo federal tem insatisfação de 80% dos entrevistados, sendo classificado como ruim ou muito ruim. Já o municipal foi o pior avaliado, com 86% de entrevistados classificando-o como ruim ou muito ruim.
Sobre as expectativas futuras, 57% da população entrevistada acredita que o cenário econômico deve piorar até o fim do ano contra apenas 15% que esperam uma melhora. Mesmo assim, 52% da população questionada pretende adquirir algum bem durável ainda em 2015, sendo destes, 14% os que almejam comprar um veículo e 6% que desejam um novo imóvel. Já para 2016, ainda de acordo com a pesquisa promovida pela universidade, as perspectivas positivas aumentam, com 44% dos entrevistados acreditando que o cenário econômico deve sofrer melhorias até lá.
A pesquisa contou com a participação de 506 entrevistados com perfis heterogêneos e apresenta estatisticamente uma margem de erro de aproximadamente 4%, com 95% de nível de confiança. Ao longo das próximas semanas outros dados devem ser divulgados, levando em consideração o perfil dos entrevistados que opinaram de forma similar em algumas questões, com cruzamentos de dados.
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