Universidade divulga pesquisa sobre o cenário econômico de Nova Friburgo

Governos municipal e federal também foram avaliados no estudo
sexta-feira, 07 de agosto de 2015
por Jornal A Voz da Serra
A pesquisa foi realizada por alunos da turma de Pesquisa de Mercado da Universidade Candido Mendes
A pesquisa foi realizada por alunos da turma de Pesquisa de Mercado da Universidade Candido Mendes

Das rodas de conversa informal entre amigos aos noticiários internacionais. A instabilidade econômica do Brasil se tornou o assunto da vez. Com um cenário que aponta uma crise já instalada nos grandes centros do país, a questão agora é identificar os reais impactos dessa onda turbulenta na economia das cidades do interior. Movidos por essa causa, alunos da turma de Pesquisa de Mercado da Universidade Candido Mendes buscaram apontar a visão da população friburguense a respeito da atual crise econômica, através de um estudo realizado no fim do mês passado.

De acordo com a pesquisa, realizada pela internet, 93% da população têm acompanhado a situação econômica do país e 83% deles acredita que o país vive uma crise. No que diz respeito aos efeitos da instabilidade no consumo, os dados são, no mínimo, curiosos. Isso porque 76% dos entrevistados afirmaram que já foram afetados de alguma forma pela atual conjuntura — embora 69% dos mesmos entrevistados informem que ainda não deixaram de consumir por esse motivo.

Os dados referentes à estabilidade no emprego e a aquisição de bens também chamam a atenção. Apesar de apenas 32% dos entrevistados se sentirem seguros e estáveis em seus empregos atuais, 62% adquiriram algum bem durável em 2015, com destaque para a compra de veículos, declarada por 9%, e imóveis, citada por 5% dos questionados.

De acordo com o economista e coordenador da pesquisa, Sidney Mathias, “as informações, ora conflitantes, ressaltam certa desorientação da população em relação ao cenário econômico”.

Já no que diz respeito aos preços dos produtos e serviços, é praticamente uma unanimidade (96%) a percepção de que houve aumento nos estabelecimentos de Nova Friburgo. Dentre os principais, segundo 41% dos entrevistados, está o grupo dos alimentos e bebidas, seguido pelo transporte, com 12% das indicações.

Para conseguir fechar o mês sem deixar as finanças no vermelho, 44% dos entrevistados que afirmaram ter alguma economia para emergências, disse ter precisado utilizar estes recursos no primeiro semestre do ano.

O governo também foi avaliado no estudo. O governo federal tem insatisfação de 80% dos entrevistados, sendo classificado como ruim ou muito ruim. Já o municipal foi o pior avaliado, com 86% de entrevistados classificando-o como ruim ou muito ruim.

Sobre as expectativas futuras, 57% da população entrevistada acredita que o cenário econômico deve piorar até o fim do ano contra apenas 15% que esperam uma melhora. Mesmo assim, 52% da população questionada pretende adquirir algum bem durável ainda em 2015, sendo destes, 14% os que almejam comprar um veículo e 6% que desejam um novo imóvel. Já para 2016, ainda de acordo com a pesquisa promovida pela universidade, as perspectivas positivas aumentam, com 44% dos entrevistados acreditando que o cenário econômico deve sofrer melhorias até lá.

A pesquisa contou com a participação de 506 entrevistados com perfis heterogêneos e apresenta estatisticamente uma margem de erro de aproximadamente 4%, com 95% de nível de confiança. Ao longo das próximas semanas outros dados devem ser divulgados, levando em consideração o perfil dos entrevistados que opinaram de forma similar em algumas questões, com cruzamentos de dados.

 

Foto da galeria
Os resultados da pesquisa foram apresentados em gráficos
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: pesquisa | Ucam | economia
Publicidade