À medida que vem a crise, há uma adequação aos novos tempo
Dados recentes mostram que o Brasil conta hoje com 3,5 mil unidades com porte industrial, e que a produção de roupas íntimas alcançou a média de 1,5 bilhão de peças por ano. O consumo per capita é também um dado surpreendente: são 7,6 peças por ano.
A moda íntima abriga casos de sucesso em todo o país. Polos são encontrados em estados como Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e outros. O de Nova Friburgo — que responde por mais de 25% da produção do mercado brasileiro, gerando 24 mil postos de trabalho — reúne 1.324 empresas. A maior parte das lojas está concentrada nos circuitos de Olaria, Conselheiro Paulino e Ponte da Saudade. Porém as confecções, de pequeno, médio e grande porte, estão espalhadas pelos diversos bairros da cidade e pelos municípios que ficam em seu entorno. Nova Friburgo é reconhecida, há alguns anos, como a Capital Brasileira da Moda Íntima, uma referência no setor, por representar o desenvolvimento industrial da pequena e média empresa no Brasil.
Segundo Marcelo Porto, presidente do Sindvest (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo), estas empresas enfrentam hoje situações distintas. Enquanto umas estão fechando as portas devido à crise, outras funcionam de madrugada para atender à demanda. “À medida que vem a crise, há uma adequação aos novos tempos. Algumas grandes empresas deixam de existir, criando oportunidade para o surgimento de pequenas células de produção.”
O mercado é promissor, independentemente de crise. Basta ver os resultados das pesquisas para constatar que o setor está, de fato, quente. O desejo feminino demanda cada vez mais produtos diferenciados. Em geral, o primeiro critério que as impulsiona a ir às lojas é a necessidade de reposição das peças, e o segundo, as ocasiões e eventos sociais. Assim, percebendo a demanda feminina e a realidade do mercado, as empresas vão aprimorando e diversificando seus produtos. Estudos mostram, por exemplo, que mulheres entre 40 e 50 anos são o público-alvo que mais investe em roupas íntimas — e compram mais sutiãs do que calcinhas; portanto, a venda do primeiro é superior à do segundo. Muitas empresas, no entanto, insistem em produtos voltados para a jovem de 20 anos, o que está longe da realidade da maioria das suas consumidoras em potencial. O empreendedor que quiser lucrar deve oferecer peças certas de acordo com o gosto de cada uma.
Marcelo Porto
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As principais peças das coleções produzidas pelos expositores serão apresentadas em dois desfiles coletivos no primeiro dia da Fevest, domingo, 2 de agosto.
Confira as novidades do setor.
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