Sobre os mil dias

Em 19 de agosto de 2015, estaremos a mil dias de 16 de maio de 2018, quando Nova Friburgo completará seu bicentenário. Em agosto de 2015 começamos uma contagem regressiva para os duzentos anos.
terça-feira, 21 de julho de 2015
por Ricardo Lengruber
Sobre os mil dias

A vida é feita de símbolos. Símbolo significa aquilo que é “lançado junto”. O que estava disperso agora é unido. Essa é a ideia.

A história das pessoas é feita de símbolos. Também de símbolos se nutre a memória de uma cidade. Os povos que desistem de seus símbolos desistem de si mesmos.

Em 19 de agosto de 2015, estaremos a mil dias de 16 de maio de 2018, quando Nova Friburgo completará seu bicentenário. Em agosto de 2015 começamos uma contagem regressiva para os duzentos anos.

Celebrar os duzentos anos é importante não apenas por causa da festa e da data; mas é importante como uma oportunidade única de a cidade se mobilizar em torno de si mesma e, ouvindo todas as suas vozes, partir para uma ação de transformação da realidade atual das coisas.

O movimento #NovaFriburgo+200 nasceu com esse sonho: mobilizar, ouvir e agir para transformar.

Está programado para o dia 19 de agosto de 2015, o início da contagem regressiva para os duzentos anos. A data, o local e o relógio estão repletos de simbologia.

Primeiro porque agosto é o mês da Suíça no Brasil. Nossos primeiros colonos foram suíços. É verdade que a história de Nova Friburgo está marcada pela chegada desses primeiros imigrantes. Gente que alimentou o sonho de construir a vida numa terra nova, com novos horizontes. Isso ajuda a alimentar novos sonhos, novas utopias nesse tempo de tanta esperança sequestrada. Resgatar a memória anima a fé no futuro.

Segundo porque o cronômetro será fixado no Largo do Encontro, no Paissandu, onde (além da confluência dos rios Cônego, Santo Antônio e Bengalas) se encontraram os primeiros moradores da cidade. Será um movimento especial nos reencontrarmos nesse espaço. E, dessa vez, um reencontro a partir dos bairros e distritos da cidade. Um reencontro de Friburgo consigo mesma, a partir de sua própria gente.

Por fim, o relógio que acolherá o cronômetro será o mesmo que marcou os horários da Fábrica de Rendas Arp (precursora da indústria na cidade); o mesmo que registrou o trabalho de tantas gerações. A fábrica deixou de existir e o relógio, recuperado pelo Rotary Club, permanece de pé, marcando, para além das horas, a lembrança de um século de história. No mesmo marco, estarão o relógio analógico e o cronômetro digital; uma mescla que bem exprime o espírito de quem quer fazer duzentos anos reverenciando seu passado e planejando seu futuro.

No fundo, símbolos são só símbolos. Mas isso basta quando se olha pro relógio e sabe que, para além das horas, é a história que está se construindo.

Ricardo Lengruber é professor e membro do movimento Nova Friburgo+200  

 

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