Uma nova vistoria técnica dos eucaliptos da Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo, foi marcada para a manhã desta quinta-feira, 2. Uma equipe de especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está na cidade para reunir informações que embasarão um terceiro laudo sobre a situação das árvores centenárias que ainda restam no local. Ontem, 1º, inclusive, mais um galho caiu na praça, próximo a um ponto de táxi. Não houve vítimas.Em maio, o superintendente regional do Iphan, Ivo Barreto, afirmou, em reunião realizada na Câmara de Vereadores, que o terceiro laudo é necessário, depois que integrantes do movimento social “Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas” identificaram falhas nos dois laudos que orientaram a operação de poda e cortes das árvores realizada na praça pela Prefeitura de Nova Friburgo.
De acordo com um estudo produzido pelos ativistas, a quantidade de árvores que deveriam ser cortadas é muito diferente no laudo produzido a pedido da Prefeitura por técnicos da Universidade Estácio de Sá e no laudo da Technische, empresa contratada pelo Iphan para realizar o estudo técnico. “O laudo do Iphan sugere que 52 árvores sejam cortadas a mais do que o laudo da Estácio. A diferença é de quase 50%. Isso é, cientificamente, muito grave”, disse o arquiteto e ativista Alessandro Rifan durante a reunião na Câmara.
O método usado pelos técnicos nos dois primeiros laudos foi o da análise visual, ou seja, o interior das árvores, chamado cerne, não foi avaliado pelos especialistas da Estácio e do Iphan. “Nós consideramos esse método raso. O que nós queremos é um laudo do risco de queda, que seja feita uma radiografia das árvores”, esclareceu Rifan.
Os integrantes do grupo “Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas” querem evitar que outras árvores sejam cortadas sem necessidade durante as atividades do projeto de revitalização da praça. Eles ainda pedem rigor na apuração dos fatos e que os responsáveis respondam pelas irregularidades na operação. Mas, a pauta principal do grupo é que a revitalização mantenha as características originais do projeto do paisagista francês, Auguste François Marie Glaziou — o mesmo que projetou os jardins do Nova Friburgo Country Clube, a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e o jardim do Museu Imperial, em Petrópolis. A Praça Getúlio Vargas foi tombada como patrimônio histórico pelo Iphan, em 1976, em razão do projeto de Glaziou.
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