Tintos, brancos, roses ou espumantes, qualquer um deles exerce tremendo poder de sedução. Quem resiste a uma taça de vinho? Quase ninguém. As opções do gênero são tantas que dificilmente alguém recusa uma taça, a menos que não beba álcool.
“Beber vinho é beber genialidade”, dizia o poeta Charles Baudelaire, sem saber que sua frase, pelo menos aqui no “paraíso tropical”, só atraía até bem pouco tempo atrás pessoas com mais de 30, ou até 40 anos, principalmente o carioca mais afeito às cervejas. Achava-se que só gente mais madura era capaz de entender a sabedoria e as delícias embutidas na afirmação do poeta francês, aliás, mais chegado ao absinto. Mas na terra onde sempre reinou a cerveja, a paisagem mudou: o vinho virou moda entre os jovens.
O néctar que apazigua o espírito e traz conforto à alma deixou de ser uma bebida solene, que exige rituais na hora de ser saboreada, e passou a frequentar taças nas mais distintas ocasiões, sem discriminações etárias ou de sexo.
A constatação não parte apenas de sommeliers estrelados, donos de restaurantes ou de importadoras. Pesquisa do Instituto Datafolha, por exemplo, apontou que a idade média dos apreciadores de vinho tem caído: 44% dos jovens entre 16 e 24 anos estão degustando a bebida. Ou seja, a moçada que constituiu o mercado de trabalho agora quer especializar-se nos prazeres gastronômicos e, principalmente, saber harmonizar o vinho certo como prato certo.
Para um conceituado chefe sommelier “não é preciso mais ouvir música clássica para se tomar vinho”. Outro observa: “O consumidor rejuvenesceu. O vinho passou a ser apreciado também por homens e mulheres na faixa entre 20 e 35 anos. O brasileiro está mais educado gastronomicamente”.
Atraídos e fisgados pelas delícias do vinho, moças e rapazes estão buscando não só informações sobre a bebida, mas passaram a formar adegas de dar inveja a qualquer veterano no assunto. Mas não estão muito preocupados em seguir, cegamente, as orientações dos enólogos. Eles querem experimentar, fazer suas próprias harmonizações, baseados em seus paladares e gostos pessoais.
Concluindo, vinhos tintos, brancos ou espumantes fazem cada vez mais parte da mesa de brasileiros cada vez mais jovens. Ao seu bel prazer.
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