Das histórias da vida ao mundo das histórias!

domingo, 10 de agosto de 2014

Não gosto de iniciar a viagem na primeira pessoa do singular, mas não há como fugir da estação "Saudades de papai”! Eu gostava quando se aproximava o Dia dos Pais e eu dizia: Pai! Ainda não comprei o seu presente! E ele respondia, sem pestanejar: "Deixa de ser boba! Você é o meu presente!” Era tudo o que eu gostava de ouvir, além de suas boas conversas. Sem contar a infância, com suas aulas noturnas, à beira do fogão de lenha. Era imprescindível saber a tabuada e as capitais dos estados e países. 

 

 

"Pelas mãos do pai”! Com esse título, a Praça Getúlio Vargas é toda imponência, no Caderno Light, oferecendo o cenário para que "pai e filho” toquem a sensibilidade do leitor. Símbolo da confiança, a mão do pai é aquele abrigo, aquela força, aquela certeza de que se está no caminho certo. Entretanto, "quando a Mãe é Pai também”, o amor ganha uma dimensão incomensurável e vence todos os desafios. Nessa elasticidade do amor, somos melhores filhos quando nos colocamos na condição de pais e mães e entendemos todas as lutas que enfrentaram, passando a copiar-lhes os exemplos e discursos. Bem mais adiante, usando a expressão de Ana Blue, "por obra dos deuses”, dobrando a esquina do tempo, aqueles que nos levaram pela mão, por nossas mãos serão levados, numa inversão de carinhos, pois os pais vão virando nossos filhos. 

 

 

É o processo natural! A vida é um filme, o próprio "clã”. Mistura romance e terror, comédia com aventura, suspense e ficção e "por aí vai”, como diz Antonio Fernando, "superando a lei da gravidade”! Muito bom também foi encontrar Pierre Moraes, "Entre Deus e o diabo”. O conto é mesmo imperdível. Na Discopédia de Lucas Vieira, "com qualquer dois mil réis” a gente volta ao passado e relembra os "Novos Baianos”, que nos anos 70 eram novos de verdade. E para sair da estação Light, nada melhor do que os acompanhamentos práticos para churrascos — receitas do Chico!

"Três anos e sete meses daquela trágica madrugada, Wellington refez a vida” e Nicolas ganhou uma irmãzinha. Podemos dizer, então, que Elena é o símbolo do recomeço. É essa força de superação que desejamos a todos os sobreviventes dos infortúnios da vida. A viagem de hoje está repleta de emoções e o jornal faz o nosso "Domingo Show” com leituras atraentes! 

A Banda Euterpe fez apresentação com a Swiss Band. Bravo! A Rua Maximilian Falck não tem placa e é uma pena, porque a história do fundador da Fábrica Ypu é comovente. Em Rememorando, as imagens do trem lembram o "Trenzinho Caipira” — "correndo vai pela terra, vai pela serra...”. Faz lembrar que estamos ainda abalados com as notícias do fechamento da via férrea em 1964. Mas em "Há 50 anos” o assunto retorna apenas com os argumentos de Zeny Spinelli. O destaque maior da coluna foi a "contratação de funcionários desnecessários e com altos salários” (coisas da Prefeitura). Muitas "Pílulas” para remediar as circunstâncias! 

Saindo do passado, as Eleições 2014 se aproximam. Com a primeira prestação de contas, (página 7)  o valor das doações é de encher os olhos do eleitorado. Para não dizer "mãozão”, que seria um erro de aumentativo, tem que ter "manzorra”, para receber tanta grana! Contudo, ficar sem votar de nada adianta, pois Castro Alves já dizia que "na vingança não se lava a honra”! 

Já que a folha A4 é para o jogo literário e não tem prorrogação, vou imprensando as letras no banco de reservas e escolhendo as que jogam mais, para marcar ainda um gol de placa em Ponto de Vista. E quem assina o ponto é Alvaro Ottoni. Ele já publicou 29 livros! A frase tem que ser exclamativa, pois eu pensava que publicando o meu segundo, minha missão estava cumprida. Ah, que pobre engano eu andava cometendo! No seu jeito singelo de ser, Alvaro nos dá uma aula espetacular sobre a arte de contar histórias. Nada de muito "nhém-nhém-nhém e de lições de moral”. Com esse aprendizado, a própria vida pode ser melhor, porque viver não passa de uma eterna produção de histórias!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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