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Da Ferrovia ao Petróleo, o jornal é uma surpresa!
A estação mais quente em Nova Friburgo é o Inverno! Pode parecer mero jogo poético de palavras, mas é a pura verdade. Basta dizer que vencemos as noites frias com o calor do Festival de Inverno. O Light nos convida a viajar, rumo ao Country Clube, onde o cenário já é um grande espetáculo. As atrações, imperdíveis, formam o roteiro da maravilhosa viagem cultural e tudo com entrada franca. A diversidade de estilos e ritmos comprova que o festival é para todos os gostos e para novas descobertas.
Da mesma forma que o Inverno é culturalmente aquecido pela rica programação dos festivais, assim também a Gastronomia de Chico Figueiredo esquenta os hábitos alimentares. Tem gente que diz que o frio é bom para se alimentar e "consumindo” a página 5 do Light dá para os olhos crescerem diante das sobremesas.
Ana Blue se expressou bem quando disse que "esse frio introspectiva a gente”. É mesmo! É o momento de se encolher um pouquinho para repensar a vida, preparando para as primaveras. Dr. Shaustz, mesmo falando de tecnologias, também filosofou e se enquadra bem neste parágrafo reflexivo, pois "é possível viver o presente, com base no passado e sem saber o que virá no futuro”. Entretanto, para quem se programa, é fácil prever o futuro e não fosse isso, os "três mochileiros” não teriam planos para junho de 2015, quando pretendem pedalar até a Argentina. E aprendemos lições com eles, de "fazer algo inusitado” com "a sensação de cumprir uma meta”.
E cumprindo metas, parabéns para a Thurlerflex, comemorando 50 anos de história na cidade. Mais uma cinquentenária, com serviços prestados a Nova Friburgo. Parabéns, na mesma intensidade, ao Clube de Astronomia, que tem promovido eventos e não se furtou de festejar os 45 anos da primeira viagem do homem à Lua. Parece que foi ontem! A minha geração, que se deslumbrou com a transmissão do pouso, não poderia supor os avanços tecnológicos que viriam facilitar a comunicação e a transmissão dos acontecimentos. Quase da mesma idade é a foto em Rememorando e, fazendo uma releitura, a lembrança vagueia por uma Alberto Braune simplória. Dá para fazer um tour pela fotografia e lembrar as aulas de "dactilografia” na "Escola Pratt”, onde dona Líbia cobrava a perfeição do "asdfg”. No mais alto prédio, o letreiro — Banco Predial — era o sinal dos tempos publicitários. O trânsito na avenida era tranquilo e a gente podia pegar ônibus na Padaria Rufino ou na Sapataria Rex, dois pontos de referência para encontros e despedidas. Os carros se sobressaem na foto, e, numa contemplação mais a fundo, quase dá para se ouvir o barulhinho gostoso da Vemaguet.
Ah! Essas lembranças fazem parte das surpresas de viagem. Ler o jornal é viajar no tempo — presente e passado, imaginando as futuras edições. Neste domingo, em especial, o frio convida a percorrer a foto da Rua Miranda Fortes, agora entendendo a importância desse doutor, dedicado às classes menos favorecidas.
A sociedade, o progresso friburguense e de regiões vizinhas foram os maiores prejudicados com o fim do ramal ferroviário entre Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo. O fato se concretizou mesmo e foram inúmeros os telegramas chorando a perda da ferrovia. Se fosse hoje, com a Internet, quanta gente iria colocar a boca no trombone, no Facebook. Entretanto, isso foi Há 50 Anos e Friburgo ainda engatinhava, tentando entrar na era da televisão, suplicando um bom sistema de repetidora. Como tudo avança, as pretensões de 2014 vão muito além, pois se em 1964 debatia-se uma boa transmissão televisiva, em Ponto de Vista, por exemplo, o cientista político Rodrigo Garcia faz um apanhado da situação petrolífera no país e lança uma questão: "A sociedade brasileira está preocupada com os rumos da utilização desta riqueza?”. Rodrigo acredita que não. Vale, então, repensar o assunto e incluirmos mais esse tema em nossas reflexões. Afinal, o "ouro negro” é uma riqueza para todos!
Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
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