O jornalismo atual precisa cada vez mais que a notícia seja fruto de apuração de qualidade, do complemento da opinião avalizada e isenta
Mas os desafios são grandes. Como vencer num ambiente tecnológico marcado pela diversidade, com uma percepção coletiva de que tudo é exprimível pela imagem ou pode ser compartilhado por todos? Se é verdade que as novas tecnologias conectam todos com todos, também é verdade que muitos têm lados, têm interesses incompatíveis com o trabalho jornalístico. As últimas eleições deixaram isto bem claro, quando as redes sociais serviram para revelar lados, impor opiniões por aqueles que serviam a tendências políticas e denegriam a imagem das pessoas sem o menor pudor.
O jornalismo atual precisa cada vez mais que a notícia seja fruto de apuração de qualidade, necessita do complemento da opinião avalizada e de isenção, entendida aqui como ética na veiculação das notícias. Só meios de Comunicação comprometidos com a sociedade podem levar estas premissas adiante.
Numa cultura onde a democracia ainda luta para se firmar com valor e na qual a corrupção ainda tem espaço, muitos vão querer calar a imprensa, seja pela força, pela Justiça ou pelo poder econômico.
Percebe-se pelo raciocínio acima que os veículos de comunicação vão necessitar de jornalistas bem formados, capazes de compreender os anseios da população e inteligentes para — sem desprezar as regras do bom Jornalismo — estar do lado dos mais fracos, dos que gritam por serviços, por Justiça ou denunciam as mazelas do país. O jornalista precisará também dominar as tecnologias de produção e veiculação de notícias, ou seja, será um profissional cada vez mais diferenciado.
E aí vem o grande desafio. Num mundo onde o acesso à informação se dá cada vez mais por meios digitais, como manter a indústria da mídia funcionando com a redução de receitas tradicionais oriundas de assinaturas, publicidade e venda em bancas?
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