De Tiradentes às bizarrices, A Voz da Serra é um regalo...

A viagem começa com uma verdadeira aula de História do Brasil e convido Elis Regina para fazer a trilha sonora do Light, com uma “Exaltação a Tiradentes”. Na atual era do exibicionismo, quando se intitula um “BBB” de herói, a história do Mártir da Inconfidência tem muita relevância e não se prende, apenas, ao prazer dos feriadões que tem proporcionado aos brasileiros. O caderno está perfeito e traz à tona muitas reflexões, levando-nos a concluir que a insatisfação do povo tem sido uma constante marca no país. Conquistamos muito, soltamos grilhões, mas a “liberdade ainda que tardia” é uma conquista infinda e, assim, “a luta continua, companheiros”.

Se Tiradentes teve ou não barba e cabelos grandes, a questão leva ao conhecido fato de que “quem conta um conto aumenta um ponto”. “Mão de Luva” e “Amparo dos Inconfidentes” lembram a célebre fase: “Quando a lenda supera o fato, publique a lenda”.  Entretanto, pelos relatos da professora Janaína Botelho, elucidamos os “mitos” com a coerência de quem pesquisa e faz da História seu campo de batalha. Dos Sertões de Macacu ao distrito de Amparo, as páginas 3 e 5 merecem uma encadernação, para serem relidas até que toda a essência histórica da nossa região seja absorvida. Em “Cinema”, excelentes dicas para complementar o conhecimento.

Antes de deixar o Light, ouço “No Woman No Cry” e, em apoio a Ana Blue, antigamente, quando se queria elogiar um investimento, dizia-se “negócio da China”. Fica a pergunta: será que lá, quando é o contrário, eles dizem “negócio brasileiro”?  Sair da China para boas oportunidades aqui... sei lá! Ora... O Brasil não vai tão mal como se pinta. Agora, então, com a febre do lápis de cor e livros para colorir, que delícia de país.

Em “Esportes” o Projeto Solução já se viu que é solução. 18 medalhas é o resultado de quem investe no esporte como agente transformador para um futuro melhor. E o Montanha Cup tem “figurinhas carimbadas”. Parabéns a todos. Em “Há 50 Anos”, a “milésima edição” do jornal, o setentão mais novo da cidade. Os caminhoneiros estão felizes com as novas regras que beneficiam a classe. Recompensas no “Disque-Balão” para denúncias de solturas de balão. Em “Bastidores da Política” continuam as discussões sobre a CPI e o povo aguarda dias melhores para a saúde.

Uma boa notícia é que o projeto Mais Leitura “já vendeu quase três milhões de livros a preços populares”, com valores entre R$ 2 e R$ 4, e amplia sua atuação no interior do estado. Em breve passará por Nova Friburgo. O estande itinerante agora tem 48 metros quadrados. Fiquemos atentos às oportunidades, porque a leitura é um barato. O tempo voa mesmo e basta acompanhar a coluna Sociais e nos damos conta de que Lucas Bonan já completa 4 anos. Parece que foi ontem que essa joinha nasceu!

No editorial, com “Pedaladas perigosas”, o Brasil anda transitando em áreas tumultuadas. Com atrasos em repasses de verbas que podem “ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal”, o governo fica em maus lençóis. Sinal verde para a oposição. Ao contrário do governo, quem anda pedalando bem, em boas lembranças, é Jorginho Abicalil, com os recados deliciosos. Tive que ouvir “La Cumparsita” e... não deu outra: saudades de meus pais. Aliás, na semana passada eu disse que queria achar o Jorginho e deu certo. Passando em frente à Casa Libaneza, fui chamada, e até conversei com ele, por telefone. É A Voz da Serra fazendo amigos, sendo a Voz dos nossos anseios.

“Gosto não se discute” — esse é o tema de Impressões, lançando um debate sobre “o que seria dos humanos sem as coisas estranhas, as manias, as bizarrices?”. E o que seria estranho, então? Depende do ponto de vista. Essas distinções de gosto são importantes para o desenvolvimento da humanidade. As variações de preferências dão origem às coisas e às necessidades. Os antigos diziam: se todos gostassem do azul, o que seria do verde? Eu mesma confesso: se todas as pessoas fossem iguais a mim, o mundo seria uma chatice — muita maçã, sem pipoca e amendoim!