Além de passageiros, cobradores e motoristas, o terminal rodoviário de integração urbana-rural César Guinle, na Praça Getúlio Vargas, vem sendo frequentado por baratas, aranhas e pombos. O teto da rodoviária, as luminárias, as câmeras de segurança e os dois letreiros eletrônicos, que informam as linhas dos ônibus estacionados nas plataformas, estão cobertos de fezes de pombo e por teias de aranha. Nas paredes do terminal, há pichações feitas com tinta e corretivo escolar, as vidraças estão sujas e, em uma cabine do banheiro masculino, a equipe de A VOZ DA SERRA encontrou baratas mortas próxima à lixeira, ao lado do vaso sanitário.
“É nojento!”, disse a estudante Gisele Moraes ao sair do banheiro feminino. “Eu só uso o banheiro da rodoviária para me ver e me arrumar no espelho. Não dá para usar o vaso porque está muito sujo, não tem tampa e ainda falta papel higiênico”, contou a jovem de 20 anos, que mora no Jardim Ouro Preto. No início da noite de quarta-feira, 14, mais da metade das lâmpadas que iluminam a área interna do terminal estavam desligadas. “Você não acha que está mal iluminado?”, Gisele perguntou à reportagem.
O prédio onde funciona a rodoviária foi inaugurado na década de 1980 pelo então prefeito Heródoto Bento de Mello. Na placa de inauguração do terminal, na área externa, destaca-se a frase: “O povo merece o melhor”, mas não é preciso entrar nos banheiros da estação para sentir o mau odor. “Sinta esse cheiro, é horrível! Eu imagino que não deve ser fácil manter um banheiro público limpo, mas a gente paga R$ 3,30 de passagem. Não é possível que os administradores não consigam manter esse lugar melhor para a gente usar”, reclama o aposentado Paulo Cardinot, de 65 anos, morador de Santa Cruz. No banheiro masculino, por exemplo, é forte o cheiro de urina. Há água espalhada pelo chão, o espelho está quebrado, alguns vasos estão entupidos e não têm tampa. Falta papel higiênico também.
Em nota, a empresa de ônibus Faol, que opera no terminal, alega que o serviço de limpeza da rodoviária é realizado diariamente. Diz a nota: “Existe no interior da rodoviária urbana um funcionário durante o dia e outro durante a noite. No caso da limpeza do teto, é necessária a utilização de andaimes, assim o trabalho é feito durante o período em que a rodoviária está fechada, por questões de segurança aos nossos usuários e colaboradores. Infelizmente, em razão da depredação do patrimônio público, vários utensílios de uso coletivo dos banheiros são quebrados, vandalizados com pichações. Assim, contamos com a colaboração de todos para a manutenção do local, inclusive com denúncias daqueles que presenciarem os atos”, informa a nota.
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