Dos caracteres aos caraminguás, tudo na vida tem um preço...

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Domingo, 1º de março... Embarco na estação Light na companhia de um "mago” e me dou conta de que para traduzir as surpresas, teremos em torno de quatro mil caracteres. Isso é uma prova de que estamos longe de apenas um grunhido. Enquanto a folha A4 for benevolente, resistiremos às previsões do mestre Saramago. "A desumanização do homem”, texto de Davi Roballo, impressiona pela tradução exata da rede que nos embaraça em tecnologias, nublando a humana "capacidade de abstrair”. Já não precisamos aprender a tabuada, porque a calculadora efetua 2+2 com a precisão do antigo ensino primário. Até o Google faz isso rapidinho. Hoje em dia, parece que pensar dói! Aliás, plagiando Ana Blue, entre os meus "cinquenta tons de esquisitice”, eu tenho mania de pensar e é assim que "deixo tudo nos conformes”. Penso logo. Existo!

Contudo, a "pós-modernidade” está aí e o pensamento não vai sair de moda tão cedo, porque lendo Diego Aguiar Vieira, o "hippie estiloso”, a gente percebe que é preciso ter muito raciocínio para escrever um texto tão moderninho e bem estruturado. Como "há um sem-número de pessoas lá fora escrevendo grandes obras”, aqui, dentro da edição, tem Gustavo Melo, com "Algo lindo, mas aniquilante”. Gustavo é coerente, pois o escritor tem esse poder de "exorcismo”, dando liberdade aos "fantasmas” numa folha de papel. Falando nisso, fantasma e encenação combinam muito e em "Cinema”, Antonio Fernando entra em cartaz e faz um espetáculo de apresentações de filmes que não ganharam o Oscar na categoria principal, mas ganharam fama universal. 

Nas delícias do pastel de feira, vamos levar meia dúzia deles para uma boa caminhada no "Anda Friburgo”. A temporada já começou pela antiga linha do trem, em Mury, sendo esse percurso o primeiro de muitos que serão programados, todos voltados para o desenvolvimento sustentável e social. Aproveitando a disposição física dos caminhantes, vamos até a Rua Dom João VI, que tem início no Cônego e segue até o bairro Cascatinha. A história desse rei tem ligação direta com Nova Friburgo e merece um brinde especial pelo decreto de aquisição da Fazenda do Morro Queimado. 

Em "Há 50 anos”, bem se vê que certas coisas não mudam. A manchete "Salário mínimo: decepcionante para o operariado”  é uma síntese de que assim como antigamente é a atualidade. Antiquíssimos também e com poucas mudanças no comportamento humano estão os pecados capitais, que podemos conferir em "Impressões”. Esses sete vilões nos perseguem e a gula parece ser o mais tentador, pois com tanta oferta de guloseimas, quem resiste? Na "Linha do Tempo”, Menalton Braff é concreto em suas considerações sobre o cimento – "a verdadeira fúria contra a nudez da terra...”. Impressionante e para profundas reflexões.

O corte dos eucaliptos é uma ferida aberta. Onde quer que aconteça uma reunião o tema é debatido acaloradamente e a insatisfação "roubou a cena” em reunião do Commam, o Conselho Municipal do Meio Ambiente. A prorrogação de contratos temporários trouxe certa tranquilidade aos 536 contratados, que terão a chance de manter suas funções até que venha o concurso público prometido para 2015. Os cartórios entram nos eixos e agora há uma legislação específica para tempo limite de atendimento e, dependendo do serviço solicitado, o prazo é estipulado, no máximo, em até 30 minutos. É bom conferir os detalhes.

A Campanha da Fraternidade é o tema em "Ponto de Vista” e o padre José Ruy realça a importância da quaresma como o tempo "propício para a reflexão e a oração”, com os ideais de fraternidade e caridade. Jorginho Abicalil deu seu recado e falou bonito sobre "Os libaneses”. Quanta gente lembrada, muito querida, que tem feito a história da cidade! No editorial, a mais nova pedra no sapato do friburguense: aumento da passagem de ônibus para R$ 3,30. Coletivos lotados, atrasados, falta de abrigos e outros desconfortos. O passageiro fica a ver navios, esperando por um tal de "milagre brasileiro” no seu bolso. Ainda bem que a esperança tem passe livre. Que sorte!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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