NECROLÓGIO - Carlos Weber Jaccoud (Bimba)

quarta-feira, 25 de março de 2015
por Jornal A Voz da Serra
NECROLÓGIO - Carlos Weber Jaccoud (Bimba)
NECROLÓGIO - Carlos Weber Jaccoud (Bimba)

Nasceu em 08.08.1949     Morreu em 26.03.2015 

 

O desportista Carlos Weber Jaccoud, conhecido como Bimba, faleceu às 5h de ontem, 26, no Hospital Municipal Raul Sertã, vítima de complicações derivadas do diabetes. Era separado, tinha 66 anos e deixa dois filhos adultos.

Bimba foi coordenador por mais de 40 anos de uma escolinha de futebol no Estádio Olávio da Fonseca Coelho, antigo campo do Serrano, pertencente ao Friburguense A.C., em Olaria. Revelou alguns jogadores profissionais, como Felipe (vice-campeão da Copa do Brasil pelo Botafogo, em 1999) e Rafael Galhardo (lateral direito do Grêmio, com passagem pelo Flamengo).

Na edição de 20 de junho de 2013, A VOZ DA SERRA publicou reportagem com Bimba, quando ele falou de sua vida, a dedicação ao esporte e os planos para o futuro. Desde os 16 anos trabalhava com crianças em Olaria. Na época, jogava no juvenil do Serrano e já tomava conta da categoria pré-mirim (9/10 anos). Mais tarde formou uma escolinha de futebol com o amigo Carvalho, dos Correios, trabalho que continuou mesmo após a fusão do Serrano com o Fluminense, resultando no atual Friburguense.

Bimba tinha raízes no Serrano. Seu pai, Weber Jaccoud, foi um dos fundadores. E um grande parceiro seu no trabalho com as crianças no campo do Serrano foi o amigo Luiz Combat, por mais de 20 anos. Outros amigos ajudaram Bimba nessa missão, como Marcos Vinícius Mafort de Souza (Toddy) e Ricardo Pereira, que tem levado a escolinha adiante após a enfermidade de Bimba. A escolinha tem crianças e adolescentes de 5 a 15 anos nas categorias fraldinha, sementinha, pré-mirim, mirim e infantil.

Muitos homens hoje formados passaram pela escolinha do Bimba, o que para ele era um orgulho. Mesmo os que não continuaram no mundo do futebol, em sua maioria trilharam um bom caminho na vida. O chamavam de "tio Bimba” e paravam com ele para falar dos tempos idos e agradecer-lhe pela boa formação. Sem contar que os dois filhos de Bimba também passaram pela escolinha do pai e se encaminharam bem na vida. A formação que ele deu aos filhos era a mesma que procurava dar a todas as crianças da escolinha. Bimba sempre zelou pela disciplina, exigia bom desempenho na escola, que procurava acompanhar, e não gostava de palavrão. Antes e depois dos treinos fazia questão que as crianças orassem o Pai Nosso.

O Campo do Serrano — Estádio Olávio da Fonseca Coelho — esteve abandonado por anos, em mau estado, dificultando o trabalho com as crianças nos treinos. Ele resistiu e a duras penas levou seu trabalho adiante. E fazia planos, sempre com o objetivo de oferecer melhores condições para crianças e adultos que utilizam o campo. Cobrava uma taxa simbólica e quem não tinha condições não pagava. 

Nos planos de Bimba estavam incluídas aulas de reforço escolar para os alunos da escolinha que precisassem e um psicólogo. Para isso seria preciso uma parceria com o governo municipal. Ele imaginava que, com apoio da diretoria do Friburguense na recuperação do estádio e da municipalidade como parceira do projeto, o número de crianças voltaria a crescer. Não descartava também apoios de empresários (como ocorre em outras escolinhas da cidade, podendo até abater o valor investido no Imposto de Renda), a fim de oferecer mais condições para as crianças. Era sua intenção, ao fim de cada treino, oferecer alimentação para as crianças, como fruta, suco e pão. 

Mesmo com a publicação dessa reportagem à época, Bimba não conseguiu ver seu sonho realizado. Era um amante de Olaria, um bairro populoso e, com os recursos que sonhava, um número maior de crianças poderia ser beneficiado.

O corpo de Bimba foi velado no Memorial SAF, em Duas Pedras, e sepultamento está marcado para hoje, 27, às 9h30, no Cemitério São João Batista, no Centro.

À família enlutada, direção e equipe de A VOZ DA SERRA enviam seu pesar.


CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: obituário
Publicidade