Vinicius Gastin
O empate por 1 a 1 contra o Bangu não era o presente que o time gostaria de dar para o Friburguense no fim de semana de comemorações pelos 35 anos de fundação do clube. O Frizão chega ao incômodo jejum de seis rodadas sem vencer e não consegue avançar na competição. A série D ficou distante e a proximidade à zona de rebaixamento só não é maior por conta dos tropeços dos adversários.
No entanto, a recuperação do bom futebol e da autoestima renovam as esperanças do torcedor tricolor em reencontrar o caminho das vitórias nos próximos jogos. Para o técnico Gerson Andreotti, o Tricolor da Serra merecia a vitória, mas o importante é a mudança de atitude dos jogadores em relação às rodadas anteriores.
"O que conta pra mim é a atitude, a perseverança do trabalho. No futebol existe a história de que em casa é preciso vencer. Realmente tem que ganhar, mas por que não podemos buscar o resultado fora de casa também? Merecíamos ganhar por dois ou três gols, mas por um capricho não aconteceu. O Bangu criou poucas chances de perigo, enquanto nós tivemos cinco ou seis oportunidades claras. Mas o que conta é o espírito. Depois do Flamengo, nossa atitude mudou. Não quero é perder essa vontade.”
Para Andreotti, a ansiedade tem atrapalhado o Friburguense no caminho para reencontrar as vitórias no estadual. Ainda assim, o ponto conquistado em Nova Friburgo não foi desprezado pelo treinador. "Às vezes é a ansiedade, pois a vitória não tem vindo. A gente procura passar tranquilidade. Temos que passar calma, mas sem perder a atitude. Eu tracei uma pirâmide, e chegamos ao estágio do querer vencer. Queremos subir, e não podemos perder essa vontade. Mas esse pontinho nos tirou do par. Chegamos aos nove, pontuação ímpar, e é bom pro aspecto de baixo da tabela. A boa atuação eleva a autoestima.”
Sobre as constantes alterações na formação titular, Gerson Andreotti afirma que procura armar o time de acordo com o adversário. Nas últimas partidas, o treinador tem alterado a equipe com frequência, especialmente no setor de meio-campo. Damião, Zé Victor, Léo, João Victor e Rômulo já compuseram o setor, que possui apenas Bidu e Jorge Luiz como titulares absolutos. "O Ziquinha é a velocidade, e ele quase fez o gol. A gente procura variar. Faltou realmente o gol. Tivemos presença de área com o Thalles. O importante é que o time mudou de quatro jogos pra cá.”
Experiente, Sergio Gomes participou de algumas das principais jogadas do Frizão no jogo contra o Bangu
Flavinho comemora boa fase
Lateral recupera titularidade e se destaca com atuações e belos gols
Há anos, Flavinho é um dos principais jogadores do Friburguense. O lateral de 30 anos de idade é querido e reconhecido pela torcida tricolor pelos dribles, velocidade e agressividade com a bola nos pés. Importante opção ofensiva do time de Gerson Andreotti, sofreu uma contusão no ombro logo no início do estadual, e ficou durante algum tempo afastado. Recuperado, recebeu nova oportunidade entre os titulares na partida contra o Bangu e não decepcionou. Bastante participativo, marcou mais um belo gol no empate por 1x1 no Eduardo Guinle.
"Esse retorno é importante. Depois do jogo contra o Macaé, eu percebi que não dava pra continuar, então eu parti para a recuperação. Recuperei bem, esperei a oportunidade e estou aproveitando. Fico feliz pelos gols, mas é tudo pelo grupo. Temos que melhorar bastante, e buscar os pontos fora de casa, pois deixamos de ganhá-lo em Nova Friburgo.”
Flavinho foi um dos destaques do Friburguense nos últimos dois jogos. No último domingo, o lateral acredita que faltou apenas aproveitar melhor as oportunidades criadas, e considera a atuação como uma das melhores da equipe no campeonato carioca. Experiente, o camisa seis alerta que é preciso conter a ansiedade para voltar a vencer.
"Dos jogos que eu participei, foi um dos melhores. Faltou só um pezinho para colocar a bola pra dentro. Mas vamos trabalhar para que as coisas aconteçam contra o Resende. A garotada está preparada. Tem seis jogos que a gente não vence, então temos que controlar a ansiedade para voltar a somar três pontos.”
Com gols e boas participações, Flavinho recuperou a condição de titular na lateral-esquerda do Friburguense
Sonho ainda distante
Projeto de modernização do Eduardo Guinle existe, mas esbarra na falta de recursos
O fechamento do anel de arquibancadas do estádio Eduardo Guinle e a modernização de toda a estrutura ainda é um sonho, materializado apenas em uma maquete na sede social do Friburguense. O clube já encomendou alguns estudos, e até mesmo fez o orçamento da obra — o custo total deve girar em torno de R$ 2 milhões.
"Hoje nós temos um estádio arrumado, que melhorou bastante com a colocação das cadeiras, pinturas e pequenos reparos. O atendimento ao torcedor, à imprensa e visitantes também é muito bom. Recebemos bem, e até mesmo os árbitros gostam de apitar em Nova Friburgo. Mas precisamos evoluir na parte estrutural”, admite o gerente de futebol José Siqueira.
As estruturas citadas pelo dirigente envolvem salas para a imprensa, polícia militar, espaços para a utilização da comissão técnica e, especialmente, vestiários. Siqueira cita a pequena quantidade de vasos sanitários e chuveiros disponíveis para uso dos atletas, e ressalta que as melhorias poderiam ser feitas apenas com uma grande reforma.
"As melhorias necessárias exigem uma reforma maior. O fechamento do anel seria importante, porque faríamos toda essa estrutura na parte de baixo das arquibancadas. No atual modelo eu não posso ampliar a quantidade de chuveiros e sanitários, por exemplo. Nossos vestiários são espaçosos, mas estão muito aquém dos que as grandes arenas oferecem atualmente. Infelizmente, é um projeto que depende de investimentos de terceiros. O clube não possui recursos para tanto.”
Fechamento do anel de arquibancadas do Eduardo Guinle ainda é sonho, materializado apenas em uma maquete
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