Friburguense comete erros e perde em casa para o Madureira

O roteiro de um jogo equilibrado é escrito com determinados lances. Geralmente poucos, porém decisivos. No script de Friburguense e Madureira houve dois erros no meio-campo serrano, dois contra-ataques bem encaixados pelo time visitante e um pênalti desperdiçado pela equipe de Gerson Andreotti. O resultado dessa produção foi a vitória do Madureira por 2 a 1 no estádio Eduardo Guinle, em jogo disputado na noite da última quinta-feira. Rodrigo Pinho e Thiago Galhardo marcaram para os visitantes, enquanto Flavinho marcou belo gol a favor do Tricolor da Serra. 

O Frizão, mesmo com a derrota, permanece na 10ª colocação, com oito pontos conquistados, e mantém cinco de vantagem em relação à zona de rebaixamento. No entanto, o momento já requer cuidado. Neste domingo, 15, volta a jogar em Nova Friburgo contra o Bangu, às 16h.

Friburguense comete erros cruciais

O técnico Gerson Andreotti bem que gostaria, mas não conseguiu repetir a mesma escalação do jogo contra o Flamengo. O motivo é a contusão do zagueiro Pierre, que o afastou de mais uma rodada no campeonato carioca. O desfalque, porém, abriu espaço para outro jogador bastante elogiado após a partida no Engenhão: o lateral Léo, desta vez atuando ao lado de Zé Victor na cabeça de área. Bidu, improvisado na zaga, teve trabalho com a investida de Rodrigo Pinho aos três minutos. O atacante, no entanto, não conseguiu bater em cheio na bola. No ataque tricolor quem incomodava era Caíque. A movimentação rendeu falta na entrada na área aos nove minutos. Jorge Luiz rolou para Léo mandar à esquerda do gol. A boa troca de passes, pouco depois, terminou no chute de Jorge, sem perigo. No entanto, a partir de um erro de Felipe na saída de bola, o Madureira trocou passes até Rodrigo Pinho escorar para o fundo das redes aos 13. Pelo mesmo setor, o time visitante quase marcou novamente em chute cruzado de Formiga. Rodrigo Pinho teve nova oportunidade aos 16, mas errou o alvo. O bom chute de Léo, na entrada da área, foi a tentativa de resposta ao momento de instabilidade do time de Gerson Andreotti. Passou tão perto quanto passou o chute de Rodrigo Pinho, com liberdade para arriscar da intermediária. As chances a favor dos visitantes se multiplicavam, mas todas as finalizações foram longe do alvo. Caíque acertou o alvo de cabeça aos 19, mas sem a força necessária para vencer o goleiro Johnatan.

Preso à marcação do Madureira, o Friburguense trocava passes sem conseguir ganhar terreno. Na medida em que o adversário recuperava a posse, apostava na movimentação de Thiago Galhardo para chegar ao gol de Marcos. Numa dessas investidas, Rodrigo Lindoso tentou concluir com um voleio e mandou por cima. O lance foi a gota d’água para a primeira alteração: Felipe deu lugar a Flavinho na esquerda. Mas foi na raça, e pela outra ponta que o Tricolor da Serra conseguiu um pênalti aos 37 minutos. Sergio Gomes se esforçou para evitar a saída da bola pela linha de fundo, alcançou e ainda cruzou para Caíque, que foi derrubado pelo zagueiro. Léo cobrou no canto direito e Johnatan caiu para defender. A redenção quase veio nos instantes finais, em finalização rente à trave esquerda do Madureira. 

Para buscar a vitória no Eduardo Guinle, o Friburguense precisaria marcar dois gols em 45 minutos. Por isso a postura ofensiva foi adotada desde o primeiro minuto, com Sergio Gomes e Flavinho postados no campo de ataque. Foi a partir de um lançamento de Sergio que Jorge Luiz dominou na grande área, cortou o zagueiro e bateu para a defesa Johnatan no centro da meta. Depois de um lançamento preciso de Léo, Caíque chegou à frente do gol com boas condições de marcar, mas Johnatan saiu bem para abafar o chute. Pouco depois, Zé Victor desarmou o contra-ataque do Madureira e acionou Sergio Gomes, que tentou o ângulo esquerdo e bateu para fora. Aos 12, o time visitante encaixou o contragolpe e Camacho deixou Rodrigo Pinho cara a cara com Marcos. O camisa 1 tricolor interceptou a tentativa do adversário com um leve tapa de mão direita. Marcos voltou a vencer o duelo com o camisa nove carioca em chute de longa distância, defendido com dificuldades à meia altura no canto. O primeiro ato de Thalles, que entrou na vaga de Caíque, quase foi heroico graças a um recuo mal feito pela defesa rival. Johnatan, contudo, chegou antes do camisa 18 para fazer o corte com os pés.

Em uma última tentativa de colocar o time à frente, Andreotti promoveu a entrada de Luquinhas no lugar de Zé Victor. Era a prévia de um lindo lance no Eduardo Guinle: Flavinho pegou o rebote da defesa e acertou um lindo chute no ângulo, sem chances de defesa, para empatar aos 21 minutos. O Madureira buscou a rápida reação e teve boas chances com Rodrigo Lindoso: uma salva em cima da linha por Sergio Gomes e outra em finalização por cima da meta. Pouco depois, um rápido contra-ataque, aos 33, se transformou em gol a partir do erro de Léo no meio-campo: Thiago Galhardo partiu em velocidade e tocou na saída de Marcos. O camisa 11 quase marcou novamente na sequência, mas Marcos estava bem posicionado para defender. O Friburguense ainda tentou o gol de empate nos minutos finais, mas não conseguiu igualar o marcador.

 

Ficha Técnica

Friburguense 1x2 Madureira

Campeonato Estadual 2015

9ª rodada

12/03/2014 - 19h30

Estádio Eduardo Guinle, Nova Friburgo - RJ

Renda: R$ 5.640,00

Público: 501 pagantes / 591 presentes

Árbitro: Grazianni Maciel Rocha

Assistentes: Lilian Fernandes e Andréa de Sá

Friburguense: Marcos; Sergio Gomes, Cadão, Bidu e Felipe (Flavinho); Zé Victor (Luquinhas), Léo, João Victor e Jorge Luiz; Caíque (Thalles) e Ziquinha.

Técnico: Gerson Andreotti

Madureira: Jonathan; Formiga, Daniel, Thiago Cardoso e Luiz Paulo; Gilson, Ryan, Rodrigo Lindoso, Camacho e Thiago Galhardo (Berg); Rodrigo Pinho.

Técnico: Toninho Andrade

Cadão admite fase ruim, mas prega união para reagir no estadual

Há cinco jogos sem vencer, o Friburguense vive momento complicado no campeonato carioca. Todos os jogadores e comissão técnica têm consciência da situação, e não escondem que é preciso voltar a vencer o quanto antes. Logo após a partida contra o Madureira, o capitão Cadão falou em nome do grupo e pediu a união dos jogadores para reagir no campeonato carioca."São coisas que acontecem no futebol. Ano passado nós fizemos uma grande campanha, e nas temporadas anteriores também. O nosso momento realmente não é bom, e precisamos admitir isso. Cabe a todo o grupo trabalhar cada vez mais. E nós já estamos trabalhando muito. Temos que nos unir, e só dessa forma esse momento vai passar.”

Questionado sobre o possível motivo para o momento ruim, Cadão não aponta culpados e afirma que a responsabilidade é de todos. O zagueiro ressalta que é preciso trabalhar ainda mais para consertar os erros. "O erro é coletivo. E não é falta de trabalho. Treinamos a marcação, bola parada e todas as outras questões. Mas nos jogos o nosso time não está conseguindo encaixar. Resta trabalhar mais taticamente e em todos os outros sentidos para encaixar novamente. Começamos bem o campeonato, e fizemos bons três primeiros jogos. Precisamos voltar a vencer, porque o pessoal lá de trás está se aproximando. É o momento de ligar o alerta.”

Apesar de demonstrar preocupação com os times que estão na parte de baixo da tabela, Cadão utiliza exemplos da própria equipe em momentos difíceis para buscar a reação. "Todos os times que entram no campeonato correm riscos de rebaixamento ou de ser campeão. Iniciamos bem, mas com os últimos resultados nós temos consciência de que existe perigo. Não estamos encaixando, mas o grupo é forte e unido. Já passamos por outras situações difíceis e tenho certeza que vamos conseguir acertar para sairmos dessa situação.”