Diego Aguiar Vieira
Ok, todo mundo pronto? Jornal lido, pés pro alto (com ou sem meias, de preferência sem chulé), passados alguns rostos conhecidos, você dá de cara com esse hippie estiloso, cabelos ao vento, vindo aqui lhe falar sobre literatura.
Pra começo de conversa, que papo é esse de pós-modernidade e quem diabos me outorgou autoridade pra vir aqui tocar nesse assunto com vosmicês?
Pós-modernidade, senhoras e senhores, é a maneira desordenada a como nos debruçamos sobre a arte e a contemporaneidade em geral. Negada por muitos, abraçada (mesmo que sem saber) por um número maior ainda, é com a pós-modernidade que temos de lidar a cada vez que ligamos a TV, o tablet, o celular (com instagram, whatsapp e TELEFONE) e o notebook ao mesmo tempo. É com a pós-modernidade que o senhor lida quando vê um filme adolescente onde seu moleque, pós-moderno até a ponta do cabelo neo-cyber-funk-punk-indie, ri de todas as piadas, comenta as referências e te deixa boiando igual o último cascudo da panela naquele cozido esquisito que sua tia faz nos fins de semana. Porque ele, o moleque, quase não dobra mais o jornal, mas sim desliza o dedo sobre o proscênio (uma palavra que o senhor sabe o que é e ele não, mas que aqui eu tiro do sentido original e deixo todo mundo em maus lençóis) da tela, seleciona o que não entende, cata no google e, sem nem levantar os olhos pra te perguntar nada, já entende tudo e vai andando pro banheiro, fazer aquelas coisas que, no final das contas, pelo menos por enquanto, nós todos ainda fazemos e fedemos igual.
E o que isso tudo tem a ver com literatura? Olha, meu amigão, tem tudo. E você, que ainda é turrão nas veias, que só lê os clássicos ensebados, tem que lidar na fila do dentista com gente que só conhece Os Miseráveis do Victor Hugo por causa da Anne Hathaway careca e ganhando o Oscar.
Agora, você deve saber que há um sem-número de pessoas lá fora escrevendo grandes obras, cheias de experimentações, cheias de referências a quadrinhos, cinema, música e uma enxurrada de coisas que nos afogam a alma, entrelaçando mídias e conceitos que não se restringem mais a seus próprios nichos.
E tem eu, que nem sou tão bom, mas também tento fazer isso, ao mesmo tempo em que tô terminando minha dissertação de mestrado sobre narrativas interativas e transmidíaticas (a apresentação é em breve, então desejem-me sorte!). Daí que você pode acompanhar meus desvarios (cuja síntese confusa e hiperlinkada é chamada de Tocando anu para Cantagalo) nesses endereços aqui, ó: <http://aramesdacerca.com.br, https://abelamascara.wordpress.com, http://macuconha.blogspot.com.br, https://www.youtube.com/user/naterradospesjuntos>, onde eu apresento um monte de loucura ficcional sobre minha Macuco natal.
E se ficar muito confuso, de vez em quando eu volto aqui e falo mais um pouco. Talvez até apresente outros autores, que é pra não pensarem que eu me acho demais...
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