Banda O Vazio grava novo CD

sexta-feira, 05 de dezembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Banda O Vazio grava novo CD
Banda O Vazio grava novo CD

Lucas Vieira

Hoje, O Vazio é uma das mais expressivas bandas de Nova Friburgo. Com um som autêntico e sincero, influenciado, principalmente, por bandas de rock das décadas de 1960 e 1970, o grupo está, no momento, envolvido com a gravação de seu novo CD, que será lançado em breve com o título Inútil Essencial. Nesta entrevista, o vocalista e principal compositor do grupo, João "Vazio” falou sobre a banda.

 

Light – Há quanto tempo a banda existe?

João Vazio – Na verdade, o pseudônimo "O Vazio” me acompanha desde que eu comecei minha aventura no mundo da música. Todos os meus trabalhos artísticos são assinados com esse nome, em todas as bandas das quais participei desde 1997. Mas a origem desta banda (que leva o meu pseudônimo) é de 2007. Depois de passar por diversas formações, em 2012 fechamos um grupo coeso, com Erick Eller (guitarra), Bruno Eller (baixo) e Yann Stanízio (batera). Depois de uma série de shows, no início de 2014, Yann deixou a banda e Lucas Santos assumiu a bateria — fato interessante é que Lucas foi o baterista da nossa primeira formação e está de volta depois de uma temporada morando em São Paulo.


Qual a formação dos integrantes da banda como músicos?

Nossa história é bem parecida no sentido de todos sermos autodidatas. Mesmo que com o decorrer dos anos tenhamos buscado mais qualificação (todos os membros da banda frequentaram a faculdade de música), nossa jornada começou contando apenas com nossas próprias pernas. Quanto às influências da banda... Há uma gama de sonoridades bem variada. Embora sejamos todos apaixonados pelo rock desde pequenos, temos muitas linguagens presentes na nossa formação. Lucas construiu sua identidade sonora com as bandas hard rock e com as bandas indies. Bruno e Erick têm influências que vão do metal ao jazz e eu, particularmente, sou consumidor de muitas linguagens de todas as épocas, mas tenho uma predileção explícita pelas sonoridades do rock dos anos de 1960 e 1970. 


Vocês trabalham em outras áreas hoje? Pensam em se dedicar só à música?

Na verdade, como músicos independentes nós temos que desempenhar múltiplas funções e dominar diversas habilidades. Erick está se formando professor de música e já tem vários alunos, bem como toca em outras bandas. Bruno também dá aulas e toca em quase todas as bandas da cidade, além de produzir alguns eventos. Lucas é um ótimo produtor fonográfico e um grande técnico de gravações, e eu sou produtor e articulador cultural há mais de 10 anos. Sendo assim, nós temos outras "profissões”, mas na verdade tiramos nosso sustento da música já nos dias de hoje. E esta condição foi construída justamente pela nossa multidisciplinaridade dentro da área em que gostamos de atuar.


Como está, hoje, a situação para um artista se apresentar em Nova Friburgo?

Na verdade, difícil. Temos uma carência de espaços, temos pouco investimento e há um certo descrédito em relação ao cenário. Há necessidade de formação de plateia e de ações que estruturem a cadeia produtiva da música no município, bem como injetem recursos nesta cadeia e tragam visibilidade para o que está sendo produzido. Isso deve ser um movimento coordenado de toda a rede produtiva da música, mas não só: deve ser uma tomada de atitude diante de uma guinada na forma como se encara a cena por parte de toda a sociedade.


Como está a gravação do próximo álbum, o Inútil Essencial? 

Estamos com as baterias todas gravadas e em breve estaremos finalizando a gravação dos outros instrumentos. Tivemos um atraso (por conta de um acidente sofrido pelo nosso baterista, Lucas) e não conseguiremos lançar o disco ainda em 2014, como previsto. Mas tenho certeza de que sai pro início de 2015, creio que em janeiro ou fevereiro.


Em quê esse trabalho se destaca?

O interessante sobre este disco é que estamos utilizando algumas técnicas de gravação um tanto quanto não convencionais, na busca de uma sonoridade diferenciada. É uma proposta ousada e não temos garantias ainda, estamos experimentando bastante. Mas tenho tudo para crer que resultará num trabalho bem interessante. O repertório do disco está legal, temos uma lista de convidados enorme pra gravar participações conosco... enfim, estou muito otimista.


O que o Vazio está preparando para o próximo ano?

Além do lançamento desse álbum, temos bastante coisa planejada. Estou com a sensação de que a cena vai dar uma crescida no próximo ano. Queremos estar surfando esta onda ascendente também.


Então, fale alguma coisa sobre esses planos.

Temos planos de gravar um DVD ao vivo em 2015, bem como de fazer algumas turnês. Também estamos planejando fazer apresentações e bate papos via streaming (transmitindo pela internet), através do nosso site (www.ovazio.tk) que, inclusive, já está no ar em versão bilíngue. Ele pode ser visto em português e em inglês. E ainda temos planos coletivos, que envolvem nossa articulação com outras bandas para movimentar a cena local. Em suma, acho que 2015 promete.

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TAGS: Música | O Vazio
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