O pintor norueguês Edvard Munch, nascido em Løten, em 12 de dezembro de 1863, foi um dos precursores do expressionismo alemão. Ainda estudante da Escola de Artes e Ofícios de Oslo, foi influenciado pela pintura de Gustave Courbet e Edouard Manet, e pelas ideias do escritor e dramaturgo Henrik Ibsen, em sua trajetória inicial. A arte, então, era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade, de 1886.
Com A Menina Doente, de 1885, iniciou uma temática que surgiria como uma linha de força em todo o seu caminho artístico. Fez inúmeras variações sobre este último trabalho, assim como sobre outras obras, e os seus sentimentos sobre a doença e a morte, que tinham marcado a sua infância: a mãe morreu quando ele tinha 5 anos; a irmã mais velha faleceu aos 15 anos; a irmã mais nova sofria de doença mental; e uma outra irmã morreu meses depois de casar. Perdas que o marcaram profundamente, levando-o a conviver intimamente com a transitoriedade da vida.
Mais tarde, Munch descobre em Paris a obra de Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Seu estilo passa, então, por grandes mudanças. Em 1892, um convite para expor em Berlim torna-se num momento crucial da sua carreira e da história da arte alemã. Inicia, então, um projeto que intitula O Friso da Vida.
Aos 30 anos ele pinta O Grito, considerada a sua obra máxima, e uma das mais importantes da história do expressionismo. O quadro retrata a angústia e o desespero, e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor quanto com seus amigos. É uma das peças da série intitulada O Friso da Vida. Os temas da série recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente, Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feições e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.
Em 1896, em Paris, interessou-se pela gravura, criando inovações com esta técnica. Os trabalhos deste período já revelavam nele uma segurança notável. Em 1914 iniciou a execução do projeto para a decoração da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples, com motivos da tradição popular.
Munch retratava as mulheres ora como sofredoras frágeis e inocentes (Puberdade e Amor e Dor), ora como causa de grande anseio, ciúme e desespero (Separação, Ciúmes e Cinzas). As últimas obras pretendem ser um resumo das preocupações da sua existência: Entre o Relógio e a Cama, Autorretrato, de 1940. Toda a sua obra está impregnada pelas suas obsessões: a morte, a solidão, a melancolia, o terror das forças da natureza.
Edvard Munch faleceu em Ekely, em 23 de janeiro de 1944, aos 80 anos. Foi sepultado no Cemitério de Nosso Salvador, em Oslo, Noruega.
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