O que era um simples hobby de apreciadores da cerveja artesanal acabou se transformando em um promissor negócio. A cerveja Buzzi, produzida em Santa Maria Madalena, acaba de obter o registro do Ministério da Agricultura e está credenciada a disputar espaço no crescente mercado das cervejas artesanais.
Ela começou a ser produzida em 2010 pelo empresário Giovani Buzzi, após um curso com o mestre-cervejeiro João Veiga. Seus fins de semana a lado da esposa Ana Paula eram dedicados a moer malte, fazer a mostura na panela e degustar o produto. "Os amigos experimentavam e ficavam encantados com a qualidade da bebida, mais encorpada, com sabor intenso e maior teor alcoólico”, relata Giovani, que experimentou uma cerveja artesanal pela primeira vez em 2007, durante uma viagem a Santa Catarina.
O passatempo se tornou um negócio no final de 2012, quando o casal fez sociedade com Marcus, primo de Giovani. No primeiro semestre de 2013, a primeira cerveja saiu dos fermentadores. Desde então, as experiências foram sendo conduzidas para se chegar aos cinco estilos produzidos atualmente, entretanto, sem perder sua essência artesanal.
O sucesso foi tanto que os empreendedores decidiram ampliar os negócios e receberam um novo sócio, o friburguense Abílio Gonzaga. Hoje as modernas instalações da Cervejaria Buzzi ocupam um prédio de cerca de 200 metros quadrados, na zona rural de Santa Maria Madalena, em uma propriedade ambientalmente sustentável.
Diferenciais que deixam o produto com um sabor incomparável
O principal diferencial da cerveja Buzzi é a água, colhida na mata e canalizada a partir da fonte sem qualquer contato com o ar ou meio potencialmente contaminante. "A água é límpida, com composição e PH ideais, não exigindo qualquer correção ou ‘ajuste’. E como representa 95% da cerveja, não se pode negar que é um diferencial”, afirmam Ana Paula e Giovani.
Somando-se à água, são usados ingredientes importados: o malte (de cevada e trigo) vem da Alemanha. Também da Alemanha e da República Tcheca vêm a maioria dos lúpulos utilizados, assim como as leveduras. Em regra, segue-se a Lei da Pureza Alemã, que só admite a utilização de água, malte, lúpulo e fermento.
A produção ainda é pequena, no máximo 4 mil litros por mês. Mas a previsão é que este volume dobre até o fim do ano. Os sócios, porém, estabeleceram um "limite moral” para jamais perderem a essência e o encanto da cerveja artesanal, cujo processo de produção passa por absoluto controle, desde a aquisição da matéria-prima até a avaliação final da gaseificação.
Os cervejeiros da Buzzi se orgulham de outras características que diferenciam a bebida, como sua não pasteurização. Segundo eles, apesar do menor prazo de validade, isso confere uma leveza à cerveja, que fica mais "viva” e "crua”. "Experimente um suco de laranja de caixinha e um feito na hora, espremendo a laranja. Vai descobrir a diferença da cerveja pasteurizada para a nossa”, compara Giovani.
Outra opção dos cervejeiros da Buzzi foi não fazer a carbonatação forçada, não injetando, portanto, gás carbônico para gaseificar a cerveja, diferenciando a marca da quase totalidade das cervejas do mercado. Isso porque a levedura age dentro da garrafa, produzindo o gás naturalmente, o que confere mais qualidade à espuma.
A Buzzi produz os estilos Weiss, Stout, Red Ale, Blond e Bock (esta somente no inverno), todas muito elogiadas pelos apreciadores das cervejas artesanais. Outra linha exclusiva é a Rumbier, única no mercado brasileiro, produzida a partir do melado de cana. Vale conhecer e saborear o sabor único da cerveja madalenense!
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