A constelação dos carnavais de Nova Friburgo

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

 Não dá para registrarmos aqui todas as pessoas que fizeram e ainda fazem o carnaval de Friburgo. Por mais destaque que um ou outro tenha, carnaval é conjunto, é união. Do carnavalesco àquele que empurra o carro alegórico. Do folião, que confecciona as próprias fantasias, à elegante porta-bandeira. O carnaval é feito de alegria, sim, mas antes de tudo, de paixão. Paixão por um bloco, por uma escola de samba. Paixão que faz o coração bater mais forte com a entrada da bateria, mesmo que se esteja em frente da TV. Paixão pelas fantasias, alegorias. Por cantar, sambar, se divertir e divertir os outros. Ao mostrar aqui alguns desses apaixonados, o caderno Light presta uma homenagem a todos os que amam o carnaval.

 

Marly Pinel · A diva do carnaval

Como falar em carnaval em Friburgo sem pensar em Marly Pinel? Só neste ano, ela vai desfilar no Bloco Maluco Beleza, na sexta, 28; no Globo de Ouro, no sábado; nas três escolas de samba, no domingo; no bloco 9 aos 90, na segunda e nos Papudinhos, do qual é enredo, na terça, além de ser jurada de concursos. Ufa! Haja fôlego! Marly é apaixonada por carnaval desde criança. Deve ter sido influência do pai, Manoel Ribeiro, um folião de primeira. A mãe, Maria da Conceição, não gostava de carnaval, mas fazia as fantasias da menina desde que ela tinha sete anos.  Daí, não parou mais. "Todo ano eu penso em viajar nesta época, mas não consigo”, confessa ela. "Carnaval para mim é tudo de bom. Tenho o maior prazer em desfilar, em participar. Faço questão até de confeccionar minhas fantasias. Corto, costuro, bordo”, conta Marly, se lembrando de mais um compromisso neste carnaval, o baile na Praça do Viagra, na sexta-feira, ao meio-dia. "Começo ali e vou até terça-feira. Fico tão feliz, tão eufórica e alegre com o carnaval...”. Essa é Marly, a diva do nosso carnaval. 

 

Eduardinho - Sua Majestade, O Rei da Folia

Seja nos blocos de rua, nos de enredo, nas escolas ou nas passarelas dos concursos de fantasias, Eduardo Rodrigues é sempre destaque. Luxo e elegância o acompanham. Suas fantasias exibidas nos muitos desfiles – participou de todos os concursos realizados em Friburgo, desde a década de 70 – são admiradas, levando-o a vencer várias edições desses eventos. Pierrot, Arlequim, Luis XV, Mandarim. Seja lá qual for o personagem, Eduardinho se encarrega de apresentá-lo com perfeição. Tanta dedicação ao carnaval acabou por transformá-lo em enredo do bloco Fala Meu Louro, e também o levou a ser destaque na abertura do II Encontro Suíço-Brasileiro, realizado em 1981, à Estavayer-le-lac e também em Ville de Fribourg e Gruyère, no mesmo país. Desfilou nos teatros municipais do Rio de Janeiro e São Paulo. A lista é enorme, não caberia numa página. São décadas de carnavais, muitas agremiações, bailes e concursos. Este ano, por exemplo, sua agenda já está cheia. Além de desfilar por várias agremiações, ele será "O Pássaro Azul”, no Concurso Municipal de Fantasias. 

  

Francis - Um brilho que não se apaga

Aos 17 anos, Oldemar Francisco Teixeira começou a desenhar vestidos para as clientes da antiga Casa Claudia, que ficava na Avenida Alberto Braune. Figurinista de talento, o rapaz, que viria a ser conhecido como Francis, ultrapassou as paredes da loja e se tornou um ícone do carnaval friburguense. Sensível e criativo, Francis esteve à frente de vários trabalhos, incluindo desfiles de agremiações carnavalescas. Quem não se lembra, por exemplo, do enredo "Luzes da Ribalta”, da Vilage no Samba? E o que dizer de suas fantasias apresentadas nos muitos concursos? 

Mas o talento de Francis extrapolava o carnaval. De 1975 a 1982, coordenou e apresentou os concursos de Miss e Charm Girl de Nova Friburgo e o concurso Rainha da Terceira Idade, entre 1997 e 1999. Foi também colunista social e editor de moda em jornais da cidade e exerceu a função de diretor de eventos na secretaria de Turismo. Foi nesse cargo que criou o concurso Gay do Carnaval, evento inédito no Brasil. Mas um de seus trabalhos mais marcantes foi a interpretação visceral de Elis Regina, no espetáculo "Elis...”, escrito por Ney Costa e que ficou em cartaz durante dois meses, no Centro de Arte. Francis faleceu em agosto de 2011, mas seu brilho continua a nos iluminar, eternamente. 

 

Alaélson Correia - Versatilidade que conquistou títulos

Com muito bom gosto e criatividade, Alaélson Correia encantou o público em diversos carnavais da cidade. Como carnavalesco ou personagem de suas belas fantasias, muitas vencedoras de concursos, ele marcou seu nome. Nascido em São Gonçalo, Alaélson se encantou com a cidade quando veio com seu conjunto – ele é também cantor e compositor – se apresentar em Mury. Tempos depois, se mudou para cá. A Unidos da Saudade acreditou em seu talento e ele retribuiu dando o campeonato de 1974 à roxo e branco, com o enredo "As Quatro Estações”. Passou por várias outras agremiações: Acadêmicos das Braunes, Imperatriz de Olaria e Alunos do Samba, onde substituiu, na década de 90, o consagrado carnavalesco Eloy Machado. Não fez feio. Deu o bicampeonato à azul e branco. Fez ainda enredos para os blocos Raio de Luar, Vai Quem Quer e Unidos do Imperador. Ou seja, com muito talento, Alaélson se tornou uma das grandes estrelas do carnaval friburguense.

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