Amar basta!
"Onde não puderes amar, não te demores”, disse Frida Kahlo. Por isso, AMO as palavras e brincar com elas é o meu amor codificado. AMO os que me apresentaram a elas, as palavras, fazendo-me parceiro e cúmplice. AMO a cumplicidade dos meus leitores, suas críticas, elogios, comentários, tempo desperdiçado às vezes, outras tantas, degustado, saboreado, mastigado e consumido... afago em meu coração.
AMO. E porque AMO nem preciso justificar. Creio. Amar basta!
AMO os amigos de bar. De copo. De mesa e balcão. Da América a Minas. Do Galpão ao fino vidro a tilintar. Brindes à vida!
AMO os amigos que dividem suas dores, amores, sonhos e decisões. Que me ajudam a pensar, que são fonte de notícias, que são notícia, que fazem o fato, a foto. Os colegas, que sorriem, acenam, olham, percebem. Sabem quem sou, me mostram quem são e se fazem amigos.
AMO ainda os menos conhecidos. Menos descobertos, ainda. Mas ainda estão por descobrirem, desnudarem e entregarem seus olhares, cumprimentos, bons dias, ois e, por vezes, adeus.
AMO caminhar pelas ruas da cidade que AMO. Revisitar paisagens, locais, sobrados, calçadas que, esburacadas pelo tempo, clamam acerto, reforma, carinho. Como nós!
AMO o piso incerto. O caminho reto. As curvas e as dúvidas que as esquinas impõem.
AMO retratos e rostos. Saudade que bate de quem se foi. Melancolia. Memória. História. Biografia, radiografia, cintilografia, tomografia da alma que revelam que AMO tudo isso aqui.
AMO a Praça. As praças. Redondas, ovais, quadradas e todas as formas mais. Amor assimétrico às vezes. Torto às vezes. Mas que importa a forma? É amor! Por isso AMO. Os fios aparentes em postes tortos, o belo e o feio. O perfume e o bueiro maltratado. A árvore mutilada e o jardim em flor aos seus pés. AMO tudo isso e muito mais.
Os paralelos nada paralelos. A marquise em dias de chuva e os guarda-chuvas digladiando-se com as cabeças pensantes, as ocas, as toscas, diferentes, mal-humoradas, sorridentes, dispostas e as indispostas, humanas e desumanas, porque cabeças não são para serem entendidas, apenas aceitas e amadas. E os guarda-chuvas não merecem minha atenção.
AMO o sol radiante, o calor sufocante, o frescor, a manhã, a tarde, o fim do dia e a noite. A noite, claro! Quem me conhece sabe que amo. O taxista camarada que liga no dia seguinte para saber se estou bem. A ressaca que sempre me lembra o dia anterior e por lembrar denuncia que valeu a pena. Porque viver o que não vale a pena é desperdiçar amor.
AMO a mulher que divide a vida comigo. Guerreira, parceira, amiga. Seus frutos, nossa colheita, amor incondicional. Seu café aromático e indescritível e o seu pão de queijo que faz derreter a manteiga e o coração. AMO! Meus irmãos, pares da vida. Árvore de raiz forte, frutificada, florida, que faz a paisagem da vida mais bonita. Da minha vida. Das nossas vidas!
AMO carinhos. Atenções. Pedidos e solicitações. AMO fazer por mim, por você, por quem vier e precisar. AMO a rotina e a falta dela. O dia de trabalho e o feriado. A fé e a gargalhada. A esperança e a frustração. AMO subir e cair. Escorregar e desequilibrar. Acertar e errar, por isso AMO. Porque acredito que humano perfeito não ama. Não existe. Não vale palavras. E enquanto houver amor nessa vida é tempo de usá-lo. E, se por acaso, eu reclamar da vida, releve. Se falar de rancor e mágoa, esqueça. É apenas um momento de descompasso. Não dê atenção. O meu melhor é amar.
AMO poder desejar a todos um Natal de amor! Muito amor! Porque o amor é capaz de superar tudo. É tempo de exercitá-lo. Ele nos renova. Faz a vida seguir adiante. Faz a gente mais feliz!
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