Mudanças nas brincadeiras e rituais dos casamentos

Tudo muda. Até nos casamentos. É claro que muita gente prefere manter as tradições, mas num mundo tecnológico, com várias transformações de comportamento nas últimas décadas, é de se esperar que sejam introduzidos novos ritos e brincadeiras, tanto antes quanto durante o casamento.

A começar pela famosa despedida de solteiro, que tanta dor de cabeça dava para as noivas, com direito a ruidosas brigas antes da cerimônia. Mas para não sermos injustos, não é só no lado masculino que as mudanças estão acontecendo. Até os comportados chás ganharam uma versão “picante”: o chá de lingerie, com direito a go-go-boys. Para equilibrar a farra pré-nupcial, uma boa opção é a “baratona”, uma maratona pelos bares. Pode ter versão feminina e masculina. Funciona assim: faz-se uma lista de bares, de preferência num mesmo bairro, onde se pode andar a pé — se beber, não dirija, lembre-se. Numa determinada data, geralmente quinze dias antes do casamento (casar de ressaca, convenhamos, é esquisito), os noivos com seus respectivos grupo de amigos marcam num dos bares, na mesma hora. Seguindo o roteiro, a noiva e suas amigas vão para um lado e o noivo e seu grupo para outro. A meta é beber uma determinada quantidade de bebida, geralmente chope, em cada bar, até chegarem ao ponto onde tudo começou, completando assim o ciclo da dita “baratona”. 

Pode-se incrementar a brincadeira com o tradicional chá de panelas para elas e um chá de bares, quando os amigos levam presentes para, como diz o nome, o bar do noivo: bebidas, copos, taças etc. Devem-se escolher bares que tenham bons petiscos. Outro cuidado é não exagerar no número de bares e de amigos, além, é claro, do preço cobrado por eles, para que seja acessível a todos. Quem tiver um pouco mais de dinheiro, pode oferecer aos amigos participantes camisetas, canecas ou tulipas personalizadas do evento.

As flores ainda estão em alta, mas já tem noiva usando buquês feitos com vários objetos: botões, broches, borboletas, tecidos ou qualquer outra coisa que a criatividade permitir. Personalizar o arranjo é o ideal. Até o buquê das daminhas estão sofrendo mudanças. Luciani Affonso, especialista nesses arranjos conta que até pirulitos e marshmallows têm sido usados nos buquês das meninas.

A tradicional chuva de arroz na saída dos noivos após a cerimônia pode estar com os dias contados. A moda agora são as bolinhas de sabão, que dão um efeito especial e possibilitam fotos lindas. O mercado já despertou para isso e estão sendo criados recipientes especiais, alguns em forma de bolo de noiva ou garrafas de champanhe para serem distribuídos para os convidados.

 

Registrar a presença dos amigos não precisa, necessariamente, de um livro em que as pessoas se sintam obrigadas a deixar mensagens antes da assinatura. Existem formas interessantes de se guardar o nome dos presentes. Fotos dos amigos segurando um quadro negro com uma mensagem podem ser uma delas. Levar um objeto pessoal — uma guitarra, por exemplo — para servir de livro, também. Tem ainda as chamadas árvores da felicidade, que  podem ser formadas por recadinhos para os noivos, ou até uma variação desta, a “árvore digital”, que, como o nome diz, é formada pela impressão digital dos convidados. 

Uma brincadeira que está “pegando” é colocar o buquê da noiva num cofre, de preferência transparente, que ficará no local da festa e distribuir uma chave para cada convidada solteira que chegar. Em vez de jogar o arranjo, a noiva fará com que as amigas testem suas chaves. A que conseguir abrir o cofre, pela crendice, será a próxima a se casar. 

A tradicional brincadeira masculina de se pagar por um pedaço da gravata do noivo está se sofisticando. E ficando um pouco antipática. Agora até máquina de cartão de crédito e débito está sendo usada para obrigar os amigos do noivo a fazerem uma “vaquinha”, teoricamente, para ser usadas na lua de mel.