Chegada triunfante: difícil resistir ao charme de um carro antigo

sexta-feira, 10 de maio de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Chegada triunfante: difícil resistir ao charme de um carro antigo
Chegada triunfante: difícil resistir ao charme de um carro antigo

Já foi o tempo em que noivas — principalmente as princesas — chegavam à cerimônia de casamento em lindas carruagens puxadas por alazões. Hoje em dia, o melhor mesmo é ir num belo carro. Próprio, emprestado ou alugado. O importante é que elas — a presença mais esperada da cerimônia — aportem “causando”.
Pensando nisso é que alguns proprietários de carros antigos resolveram ganhar um dinheirinho extra oferecendo esse serviço. É o caso de José Renato Gonçalves. Proprietário de um Chevrolet Styleline 1952, comprado há 15 anos por R$ 6 mil, ele calcula que já tenha alugado o veículo para 30 noivas nesse período. “Não vivo disso, então, verifico muito bem o que estão me propondo”, conta ele, ressaltando que poucos donos de carros antigos concordam em alugar suas preciosidades às noivas. “É um risco muito grande. Alugar, sem ter uma pessoa de confiança junto, nem pensar. Meu carro só vai se eu for o motorista. Vou a caráter, mas quem dirige sou eu”, conta Renato, apaixonado por carros antigos desde criança. “Já me ofereceram R$ 70 mil por ele, mas não vendo.” 
O ciúme dos donos dos veículos é comprovado pelo dono da Associação de Carros Antigos de Nova Friburgo (Acanf), Walter Inácio da Silva: “Quase ninguém aluga. O dinheiro, geralmente, não vale o risco”, ele justifica. “Estou tentando negociar um carro só para essa finalidade, mas o que eu tenho não empresto nem alugo”, reitera.
No recente XIII Encontro de Veículos Antigos de Nova Friburgo, realizado no Country Clube, das centenas de carros expostos, apenas dois são usados para a prestação do serviço. Além do Chevrolet de Renato, um Ford Itamarty 1969.
Segundo o mecânico Henrique Stróligo, dono de uma Variant 1974, quem tem esse tipo de veículo só os tira da garagem para uso próprio e em ocasiões especiais. Como exemplo, ele cita o Plymouth 1951, que também esteve na exposição. O proprietário se recusa a alugá-lo, mas o veículo já foi utilizado para levar à igreja um parente seu que ia se casar. “Mas eu fui o motorista”, diz Henrique, grande conhecedor de carros antigos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade