Geriatria preventiva

sexta-feira, 12 de abril de 2013
por Jornal A Voz da Serra

Thereza Freire Vieira (*)

Quando se fala em geriatria preventiva, algumas pessoas perguntam: é para não envelhecer? Nada nos impede de envelhecer. A cada dia que passa estamos mais velhos, queiramos ou não. Hoje estamos mais velhos que ontem e amanhã estaremos mais velhos que hoje. O importante é chegar à velhice sem os problemas que podem ser prevenidos anteriormente. 
Quanta coisa se pode fazer nessa geriatria preventiva? Muita coisa se aprendeu com a medicina preventiva. Os pais estão cansados de saber que devem levar seus filhos para serem vacinados e com isso evitar doenças como o sarampo, a coqueluche, a rubéola, a paralisia infantil, o tétano, a tuberculose, a meningite, a febre amarela e novas vacinas que haverão de surgir contra outras doenças. 
Na velhice, além das vacinas que se podem tomar, inclusive contra a gripe e á pneumonia, há muitas coisas mais que seriam feitas se as pessoas se habituassem a freqüentar um ambulatório de clínica médica. Por que não começar a prevenção de velhice doentia, fazendo o papanicolau todos os anos? Se houvesse uma ruptura de períneo, fazer uma plástica, evitando mais tarde a incontinência urinária e, com um diagnóstico precoce de câncer de colo uterino e com o exame preventivo do câncer, poderiam também ser evitados problemas malignos e muitas vezes fatais. 
Outros meios de prevenção seriam o acompanhamento de doenças pulmonares, com a orientação sobre o papel do fumo, e os exames de laboratório, que orientariam sobre a gordura no sangue como componente importante nas coronariopatias. A verificação freqüente da glicemia, quando não há controle, pode trazer sérias conseqüências vasculares periféricas no aparelho visual, toda a infância e adolescência até a faculdade, para os que têm a vontade e a felicidade de chegar lá.
Acho que o preparo para a velhice se faz em todas essas fases e, quando forem avós, poderão fazer o mesmo, acompanhando os netos e eles ao mesmo tempo vão aprendendo a respeitar e admirar os avós. 

(*) médica geriatra e escritora, colaboradora de jornais e revistas.

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