Adão Rodrigues da Silva entra para o RankBrasil em 2013 superando o recorde de “Mais idoso portador da Síndrome de Down”. O novo recordista nasceu em 9 de dezembro de 1942, completando 70 anos em 2012. A antiga marca era de Raimundo Cardoso de Almeida, de Maracanaú-CE, que em 2010 tinha 66 anos—hoje com 68.
Natural de Aquidauana-MS e com os pais já falecidos, Adão mora atualmente na cidade de Campo Grande-MS, com familiares. Apesar da síndrome e de uma deficiência visual, ele nunca teve problemas graves de saúde.
“Meu tio é bem forte e não mostra a idade que tem: parece ser mais jovem”, conta a sobrinha Kamila Riquelmes de Souza, que cuida de Adão. Segundo ela, o recordista não tem nem diabetes ou colesterol—doenças que atingem muitas pessoas mais velhas. “Graças a Deus ele tem saúde pra dar e vender”, completa.
Apesar da boa saúde, Adão passa a maior parte do tempo dentro de casa, o que deve mudar em breve se depender da sobrinha. “Estou procurando uma forma de o meu tio sair mais, fazer atividades diversas e interagir com outras pessoas”, diz.
Mesmo em casa, o recordista tem várias maneiras de se divertir. Conforme a sobrinha, uma de suas paixões é tocar violão e pandeiro. Ela conta que o tio também gosta de fingir que está escrevendo, fazendo rabiscos diversos em cadernos.
Pelo recorde junto ao RankBrasil, Kamila comenta que toda a família de Adão está muito feliz. “Ele é um grande exemplo de disposição”, revela. “Além disto, este título prova que as pessoas com a Síndrome de Down podem sim ter muita expectativa de vida”, completa.
Down é só um detalhe
Sobre o preconceito que muitos ainda têm em relação a portadores da síndrome, Kamila afirma que Down é só um detalhe. “São pessoas como nós, que têm os mesmos direitos humanos, como de serem amados e respeitados”, destaca. “A síndrome não é motivo para a recusa da sociedade, pelo contrário, é a sociedade que precisa se adaptar aos deficientes”, esclarece.
Para pais que descobrem que têm filhos com Down, a sobrinha de Adão deixa um recado: “Tenham calma, paciência e muito amor, porque há barreiras para se vencer”. Por outro lado, prossegue Kamila, é preciso tratar a pessoa sem diferenças que possam lembrar a todo o momento que ela tem a síndrome. “O portador deve se adaptar à doença e não viver como um eterno doente”, finaliza.
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