Larissa Carvalho Correia (*)
Para o jovem é mais fácil ser feliz. O adulto já leva a cartola do discernimento pesando em sua cabeça. O passo não vai tão rápido, nem o riso tão aberto... O jovem corre e gargalha ausente de consciência. Enquanto o novo adulto se forma, o giro do mundo continua marcando o tempo, e então a luz das estrelas passa a ser menos brilhosa e mais verdadeira para o que já foi jovem.
A vida cronometra o seu próprio compasso e, por melhor que fosse o ser controlar sozinho seu ritmo, não teria quem ensinasse a veracidade dos momentos. Só o longo e vagaroso passar do tempo pode ensinar a diferença do tom do momento existente e o da fantasia.
E não importa qual seja o debate entre a geração de ontem com a de hoje, o discurso terá sempre o mesmo ponto:
— Inocência, inocência, cale-se! Está assim tão imprudente. Sua felicidade tão mentirosa. E não julgue mais, ainda é pobre de discernimento.
— Seriedade, oh, senhora seriedade! Não choras por qualquer trivialidade? Nem amas qualquer beldade? Tu vives tão pausada e grave que não compreendo... Não te entristeces?
— Se fosse estardalhaço e me apegasse tanto aos detalhes não seria a Seriedade, me chamaria como você, Inocência.
*petalacompetala@
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