Por Leonardo Amando
leonardoamando@hotmail.com
“O Facebook estreia na Bolsa de Valores nesta sexta-feira (18/05), no que deve ser considerado o maior IPO (oferta pública inicial das ações, em inglês) da história das empresas de internet dos Estados Unidos”... “Mark Zuckerberg adicionou um evento cotidiano para 19 de maio de 2012 na linha do tempo dele: casou-se com Priscilla Chan”.
Então, caro leitor, o fenômeno contemporâneo senhor Mark Zuckerberg parece não ter limites na sua rota de ocupação de espaços no mundo virtual. Ao mesmo tempo em que é notícia nos cadernos de negócios, também aparece nas colunas sociais com igual desenvoltura. É dublê e senhor de si mesmo. Abre o capital de seu negócio, abre sua privacidade.
Zucka (creio que ele não vá se importar de ser chamado assim, com essa familiaridade) chama de “evento cotidiano” o próprio casamento, fazendo com que 900 mil seguidores “curtam” seu novo “status de relacionamento” já no primeiro dia, como se dele fossem íntimos. Hoje, duas semanas após, a opção “curtir” do Facebook já deve ter passado de, digamos, uns seis milhões de cliques na foto do casal Mark/Priscilla...
Zuck faz-se acessível! É aquele amigo sem paradigmas ou prevenções. Aquele que te entende, que sabe de suas necessidades, que se pretende provedor de seus desejos.
Perigo à vista? Ou a prazo? A estratégia de negócio da maior rede social do mundo consiste justamente em não ficar restrita ao conceito primeiro de rede social enquanto instrumento de interação entre pessoas. A coisa é mais séria.
Notório está que o próximo objetivo, já em curso, é levar a internet para dentro do Facebook, atacando um território que, até então, pertenceu ao Google. Dessa forma, um internauta não precisará ir até o Google pesquisar sobre uma empresa: ele entrará em sua “fan page” e verá o que e quantas pessoas estão falando sobre ela. Ninguém sairá do Facebook, pois tudo o que precisar estará disponível ali, partindo de amigos. Até informações, entretenimento, empresas, produtos, serviços.
Neste momento cabe-nos o seguinte questionamento: quem será a mercadoria e quem será o cliente? Do ponto de vista nosso de cada dia, encontraremos naquele ambiente os produtos e serviços disponibilizados pelas empresas, inseridas naquele modelo de negócio. Do ponto de vista das empresas, seremos entregues de bandeja, pelo nosso amigão, grande irmão, modelados de acordo com nossa “linha do tempo”. Hábitos, costumes, preferências, projetos de vida, tudo destrinchado, tabulado pelo inofensivo Zucka.
Caímos na rede de vez! Mas, olho vivo, pois você é a mercadoria!
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