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Francisco Gregório Filho
Recebo algumas mensagens de professores solicitando indicações bibliográficas que desenvolvam reflexões sobre as práticas de formação de leitores. Levantei imediatamente uma boa quantidade de obras publicadas pelas editoras brasileiras sobre o assunto.
Gostaria aqui de destacar uma em especial por considerá-la mais completa do ponto de vista da abrangência das abordagens e ainda da pertinência de tocar em questões nevrálgicas para quem está com a mão na massa na tarefa de formar novas gerações de leitores.
Publicado pela editora da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), em parceria com a Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio, o livro que recebeu o título de “Manual de reflexões sobre boas práticas de leitura” delicadamente preparado pelas professoras e pesquisadoras Eliana Yunes, Daniela B. Versiani e Gilda Carvalho. Precioso trabalho de conteúdo e de linguagem cuidadosamente escrito de forma acessível aos diferentes leitores, professores e educadores sociais. Trago aqui também uma referência aos editores José Castilho Marques Neto e João Luís Ceccantini, que em boa hora apostam de forma inteligente na publicação, associados a Abeu (Associação Brasileira de Editoras Universitárias).
“A questão da formação do leitor tem sido foco de numerosas pesquisas, porém, as mais abalizadas reflexões já publicadas sobre esse tema não esgotam as possibilidades de uma nova abordagem, relevante e significante.
Este livro é prova suficiente de como ainda são alvissareiras as iniciativas nessa área. Todavia, comprova igualmente que um manual útil e confiável necessita mais do que considerações teóricas (obviamente necessárias) e “palpites” ou palavras de ordem: deve conter também uma parte de práticas proveitosas, cujo exame pode ajudar a todos quantos se empenham em trabalhar na formação de leitores”.
O livro nasceu após uma equipe de leitores-pesquisadores se debruçar sobre a leitura de 5.800 projetos e anteprojetos de leitura de todo Brasil. Alguns desses projetos foram visitados e acompanhados em pelo menos dezessete estados de todas as regiões do país. A equipe leitora da Cátedra foi incentivada com recursos do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação, da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e com patrocínio da Fundação Santillana, através do Prêmio Viva Leitura (2006-2007).
Completamente sintonizado com a contemporaneidade, o manual aborda ainda a vantagem de estimular a leitura não apenas no ambiente escolar, mas também em outros espaços, como a biblioteca e a família, focalizando a relevância de formar leitores em linguagens e mídias diferentes. Além disso, inclui listas de sugestões de filmes, livros e textos teóricos cujos temas focalizam a leitura, os livros e a importância do ato de ler.
Enfim, trata-se de uma obra arejada e reflexiva que certamente será um instrumento valioso para o trabalho daqueles que se dedicam a formar leitores-cidadãos. As autoras estão de parabéns.
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