Thereza Freire Vieira (*)
A situação financeira pode desencadear no idoso um estado depressivo.
O desânimo crônico deve ser considerado doença quando se manifesta com perda de interesse pelos prazeres e realidades da vida.
O cansaço crônico pode ocasionar perda do apetite, da libido, do sono, do prazer de viver, fatores que não devem ser considerados característicos do envelhecimento. É importante combater a solidão, a falta de relacionamento social.
Como pode ser também uma insuficiência glandular, principalmente da tireoide, ou uma avitaminose, que podem ser confundidos com estados depressivos. É preciso avaliação médica.
Muitas vezes um idoso que não é mais solicitado para um trabalho sente-se posto de lado, como um objeto sem serventia e programado para se afastar de toda atividade física ou mental, até a chegada da morte. É uma desagradável sensação de inutilidade.
Não se pode exigir que todo homem e toda mulher estejam eternamente dispostos para qualquer trabalho. Muitos realmente se tornam incapacitados com o correr dos anos; outros sempre o foram. Há porém os que se tornam incapazes somente em sua imaginação, no que são estimulados pela sociedade.
Atualmente as mudanças na vida são muito rápidas e o idoso não tem condição de acompanhá-las.
O indivíduo permanece, em essência, sempre o mesmo, embora acrescido de uma experiência de vida e apto para muitas atividades.
Não é ter uma renda satisfatória morar numa casa confortável que faz as pessoas sentirem-se felizes, serem alegres e comunicativas. É claro que o dinheiro ajuda, mas não é o suficiente para melhorar o estado de espírito de um idoso. Essa alegria deve ser buscada dentro de si mesmo e se alguma coisa está errada procurar corrigi-la. Muitas vezes a pessoa deprimida sente vergonha de procurar ajuda de um profissional da saúde, mas na maioria das vezes é do que está realmente precisando.
(*) Médica geriatra e escritora colaboradora de jornais e revistas.
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