Francisco Gregório Filho
Abertas as inscrições no início de 2012 e rapidamente 750 pessoas se apresentaram para o curso de voluntários do Projeto Viva e Deixe Viver. O projeto consiste em formar leitores e contadores de histórias para exercerem seus papéis em hospitais. No Rio de Janeiro já são 16 unidades. Atualmente um pouco mais de 1.000 voluntários desenvolvem práticas de ler e contar história em enfermaria desses hospitais no Rio, Grande Rio e Niterói. Em vários casos são mais de sete anos de atividade sem interrupção. As sessões são oferecidas especialmente às crianças e jovens enfermos e seus familiares.
Segundo os registros dos hospitais, o número de pacientes atendidos já ultrapassou a casa de 12.000 por ano. Dos 750 inscritos inicialmente, apenas 170 iniciaram o curso no dia 31 de março em um dos auditórios da universidade Estácio de Sá no Centro do Rio. A preparação tem um tempo de seis meses e só após a conclusão as pessoas treinadas estarão automaticamente engajadas às equipes dos hospitais para ler e contar histórias. Essa formação consiste de aulas teóricas e práticas sobre aspectos de saúde e humanização e leituras e suas práticas.
Especialistas das áreas são convidados para palestras e debates e orientam sobre os cuidados necessários que os agentes voluntários terão que observar.
Em cada hospital os supervisores selecionam um acervo de qualidade, com livros de literatura infanto-juvenil que são disponibilizados aos voluntários e ficam organizados em armários com os cuidados de higiene essenciais ao seu manuseio.
A gestão do projeto é de responsabilidade do Instituto Rio de Histórias que tem como presidente a professora Regina Porto, uma profissional com larga experiência e que conta ainda com equipe de muito fôlego e competência, daí os vários prêmios recebidos nesses anos de atuação.
Também venho contribuindo como voluntário na formação desses agentes solidários. Coube-me uma parte dessa capacitação em relação às práticas da contação de histórias. Participo já há alguns anos desse trabalho com muito prazer e alegria. Uma das maneiras de carregar o coração desse espírito solidário e humanizante.
Em abril estarei com esse grupo em formação para as boas conversas e o aprofundamento dos estudos sobre o ato de contar uma boa história e a importância para a saúde do contador e dos ouvintes. Nesses encontros, participam profissionais de diferentes áreas que formam a equipe de acompanhamento, supervisores e os que estarão diretamente em função.
Conto as Histórias com o grupo e ainda desenvolvemos leituras de textos esclarecedores e que estimulam e provocam essas pessoas que têm missão tão importante em nossa sociedade: ler e contar histórias em hospitais.
“O mais importante e bonito no mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.” (Guimarães Rosa)
Livro recomendado:
“O Ofício do Contador de Histórias”
De: Gislayne Avelar Matos e Inno Sorsy
Editora Martins Fontes – São Paulo - 2005
Deixe o seu comentário