Mergulhador friburguense divulga site
com fotografias de suas aventuras
aquáticas e revela detalhes do
interessante—e perigoso—hobby
Leonardo Lima
Há 12 anos o dentista friburguense Gilson Jr. resolveu fazer um curso de mergulho para “ver peixinhos em Arraial do Cabo”, como ele mesmo define. O que era apenas uma curiosidade, no entanto, se tornou um grande hobby. Após mais de uma década, ele traz na bagagem cerca de 500 mergulhos no Brasil e mais de cem no exterior, na costa de Egito, África do Sul, Cuba, Venezuela e Equador. Não bastasse a aventura de conhecer o fundo do mar, Gilson Jr. teve a ideia de registrar os momentos que passa debaixo d’água. “No início fiz um curso de fotografia aquática simples, depois outros mais especializados. Fiz exposições em algumas cidades, como Rio de Janeiro e Curitiba, e recebi até um convite pra expor na Argentina, mas como os custos eram 100% meus resolvi parar”, conta.
Mas não demorou muito e Gilson Jr. encontrou outro jeito de mostrar seu acervo. E desta vez, a saída encontrada passou a permitir que pessoas de todo o mundo tivessem acesso às imagens do mergulhador. Através do www.fotografiadeverdade.com, ele divulga, além de seus mergulhos, matérias relacionadas à vida marinha e, é claro, uma de suas principais paixões: os tubarões. Aficionado por eles, o mergulhador explica que as pessoas, de um modo geral, têm uma imagem distorcida sobre estes animais. “Tubarão não morde, ou melhor, nem sempre morde”, brinca, para em seguida falar sério. “Muitas espécies estão em extinção. No Brasil mesmo eu nunca vi um tubarão. Os supermercados vendem o chamado cação, mas na verdade o que o consumidor adquire é carne de tubarão. Cação é apenas um nome que eles colocam para as pessoas não saber que estão comendo tubarão. Esse tal cação possui duas mil vezes mais mercúrio do que o recomendado. Isso não causa prejuízos diretos ao ser humano, mas faz mal ao feto”, alerta.
Questionado como faz para não ser alvo de ataques, Gilson Jr. explica há algumas táticas para reduzir os riscos. “A gente joga sangue e resto de peixes do nosso barco para atrair a presença deles. Depois, quando vamos cair na água, pegamos um bote e vamos até um outro ponto Os tubarões não te respeitam quando você está com a cabeça para fora d’água. Com o corpo todo imerso é diferente. As borbulhas que a gente solta para respirar e o flash da máquina fotográfica os assustam e eles se afastam”, revela, garantindo que nunca sofreu qualquer tipo de ataque. “Cada mergulho é uma incógnita. Todo dia fico umas duas horas vendo fotos, estudando, mexendo com alguma coisa relacionada a essa área. No Brasil faço pelo menos um mergulho por mês. No exterior vou quando o dinheiro permite”, diz.
O friburguense recorda ainda características de alguns lugares visitados e conta quais locais pretende conhecer em breve. “No Egito, o Mar Vermelho é um lugar para quem quer ver peixinhos. Na África do Sul, o circo pega fogo, tem muito tubarão mesmo. Fiquei cercado por uns 80. Em Galápagos [arquipélago equatoriano] tem bastante tubarão martelo. Meu sonho é mergulhar em Bahamas, que é conhecido por ter muito tubarão-tigre, e em Guadalupe, no México, que tem o temido tubarão-branco, que é o maior de todos e, por isso, o mais perigoso”, afirma Gilson Jr., que busca patrocinadores para tornar estas realizações possíveis. “Faço minhas viagens a preço de custo. Me hospedo em locais simples e fico quase o tempo todo a bordo. Por essa mística que tem o tubarão-branco, acho que seria interessante uma empresário vincular sua marca a uma situação como essa, de um mergulhador friburguense fotografar ao vivo um animal deste porte”, comenta.
Além disso, o mergulhador espera lançar em breve o livro “Diário a bordo Galápagos”, que contará toda sua experiência de mergulho, com histórias e diversas imagens de cada lugar visitado. O contato com Gilson Jr. pode ser feito através do telefone (22) 9991-0497 ou através do e-mail drgilsonjunior@yahoo.com.br.
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