Massoterapia com funções clínicas chega a Nova Friburgo e atrai
quem busca bem-estar e alívio
para dores, até mesmo do câncer
Henrique Amorim
Aquelas dores de cabeça ou musculares que insistem em permanecer mesmo após a ingestão de analgésicos e relaxantes podem ser reduzidas ou até mesmo banidas através de massagens. Isso mesmo. Quem afirma é a massoterapeuta Tânia Horne, uma mineira de Belo Horizonte, que se especializou há 12 anos em massoterapia clínica nos Estados Unidos e veio para Nova Friburgo difundir a técnica até então inédita por aqui. A novidade já atrai nos últimos sete meses cerca de 40 pacientes para sua clínica, a Toque Saúde, em Mury.
Tânia destaca que apenas a massoterapia estética ainda é mais conhecida pelos brasileiros, principalmente por conta da finalidade de eliminação de gorduras. O procedimento mais conhecido ainda é a drenagem linfática. A profissional, contudo, explica que a massoterapia clínica vai muito mais além e trabalha a redução de muitos tipos de dores diretamente nas causas de cada uma delas. As campeãs são as dores de cabeça e musculares que, segundo Tânia, em sua maioria têm origem na postura e até mesmo na desidratação, sem contar o estresse—o grande motivador das dores sem causa clínica aparente na atualidade.
“A postura incorreta e o excesso de tempo em frente ao computador pode aumentar o peso da cabeça em até seis quilos e isso ao final do dia reflete-se em muito desconforto e dores por vezes insuportáveis”, diz a profissional, que utiliza a técnica neuromuscular, desenvolvida por pressões manuais nas inserções dos músculos e nos pontos de gatilho do corpo (onde as dores são causadas e refletidas ao longo dos membros). Uma curiosidade: o corpo tem mais de 600 músculos e cada um tem um ou dois pontos de gatilho que podem ser trabalhados nas sessões de massoterapia. O ideal, segundo Tânia, para o bem-estar de pacientes crônicos, são sessões uma ou duas vezes por semana. Cada sessão de meia hora custa R$ 30.
Na região cervical, onde se concentra diversas camadas de músculos, a massoterapia é bastante utilizada com o uso das mãos e de ventosas plásticas, que promovem a sucção dos músculos por alguns segundos ou minutos substituindo a pressão manual. É uma antiga técnica chinesa que dá resultados. A massoterapia clínica também tem atraído ao consultório de Tânia muitos pacientes oncológicos que buscam maior conforto após as sessões de radio e quimioterapia que diminuem a imunidade e a resistência física. Atualmente, Tânia possui dez pacientes com câncer que buscam relaxamento e bem-estar com a massoterapia clínica.
“Muitos desses pacientes querem também o contato manual, o carinho e a atenção depois das pesadas sessões do tratamento convencional”, observa a massoterapeuta. Até mesmo pacientes mastectomizadas (que tiveram o seio extraído devido ao câncer de mama) têm recorrido à massoterapia para facilitar o relaxamento dos músculos junto às axilas e também para amolecer as cicatrizes da cirurgia.
Outros pacientes oncológicos têm optado pela massoterapia para amenizar as dores localizadas nas regiões afetadas pelos tumores. Tânia Horne lembra ainda que a massoterapia clínica é uma técnica alternativa natural, que pode não curar as dores, mas propicia que o próprio corpo encontre alternativas para reconquistar seu equilíbrio natural. “Um corpo em harmonia é um corpo saudável”, frisa ela.
A massoterapia é indicada também para gestantes, atletas e reabilitação por alongamento passivo, além das dores agudas e crônicas musculares, cervical e de cabeça, dormências, edema, neuropatias, prisões de ventre, movimentação ilimitada, dores ciáticas, túnel do carpo, tendinites, artrites e artroses e neuropatias.
A busca da especialização da massagem oncológica para auxiliar a própria mãe
Não foi por acaso que Tânia Horne se especializou em massoterapia. Durante a infância e adolescência ela conseguiu a proeza de quebrar nada menos que 17 ossos em inúmeras quedas. O resultado não poderia ser outro: muitas dores por todo o corpo. Mas a ideia de especializar-se em técnicas alternativas de busca ao alívio das dores não surgiu logo. Ao mudar-se para os Estados Unidos, onde viveu por 23 anos, ela ingressou em uma faculdade de comunicação social na Pensilvânia.
Ao concluir o curso e enfrentar dificuldades para atuar na área, Tânia optou por outro curso superior de massoterapia, no qual se especializou em 15 modalidades diferentes, atuando ainda como professora de massoterapia, anatomia, fisiologia e reabilitação.
Tânia então se dedicou à especialização em anatomia e fisiologia por mais sete anos após o curso e investiu também em técnicas de massagens oncológicas, principalmente para poder, já de volta a Nova Friburgo, auxiliar a mãe com câncer no tratamento da doença, que infelizmente a vitimou.
Deixe o seu comentário