Para comemorar seu décimo aniversário, o grupo de teatro Pedras preparou seu quarto espetáculo, “O Reino do Mar sem Fim”, de autoria e direção de Adriana Schneider. Baseada em materiais reunidos pela autora ao longo de 14 anos de pesquisa de campo na Zona da Mata pernambucana sobre o mamulengo e o cavalo-marinho, a peça conta a fabulosa história da princesa Elizabete, filha do rei do Mar Sem Fim, que se livra de um encanto graças ao heroísmo do valente Adriano. Segundo a pesquisadora, o épico da história remete o público a textos clássicos da literatura erudita, como “A Odisseia”, de Homero.
A dramaturgia é construída a partir de depoimentos reais de brincantes da Zona da Mata, em especial, do mamulengueiro, barbeiro e cantador de romances Severino da Cocada. No encontro ocorrido em agosto de 1999, Severino cantou para Adriana um dos romances orais de seu repertório, um folheto intitulado “O romance da princesa do reino do mar sem fim”, do poeta pernambucano e violeiro de cantoria Severino Borges da Silva, falecido em 1991 aos 72 anos.
Sucesso de crítica e público, o espetáculo estreou em outubro de 2010 no Teatro do Jockey, no Rio de Janeiro, com patrocínio da Eletrobrás, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, da Prefeitura e do Governo do Estado. No início deste ano, o espetáculo retornou ao mesmo palco para uma nova temporada, seguindo para as cidades de Resende, Volta Redonda, Teresópolis, Petrópolis e Cabo Frio. O projeto, que faz parte da 4ª Edição do Circuito das Artes, segue agora para as cidades de Nova Friburgo (12/11, às 20h, no Teatro Municipal de Nova Friburgo) e Caxias (17/11, às 19h, no Teatro Municipal Raul Cortez), contando com o apoio das secretarias municipais dessas cidades.
Em cena estão Marina Bezze, Georgiana Góes, Diogo Magalhães e Adriana Schneider, que também atua na peça. A encenação reúne momentos de rara beleza com uma vigorosa e divertida interpretação dos atores, que se revezam por vários personagens.
Integra também o projeto uma exposição de bonecos de mamulengo, montada no foyer dos teatros. São 25 obras expostas em estruturas de bambu construídas especialmente para a ocasião. Textos e fotos complementam a mostra. No fim das apresentações, o público é convidado a participar de um debate com os atores sobre o processo de criação do espetáculo.
O projeto também oferece a possibilidade de uma visita guiada à exposição de Bonecos de Mamulengo nas cidades onde houver interesse.
Serviço:
O Teatro Municipal de Nova Friburgo fica na Praça do Suspiro, s/nº. Tel.: (22) 2523-4568
Ingressos a R$ 10,00 (inteira)
e R$ 5,00 (meia)
Início do espetáculo: 20h
Sobre a autora
Adriana Schneider é professora do curso de Direção Teatral ECO / UFRJ. Formada em jornalismo (PUC-Rio) em 1994, mestre em Teatro pela Unirio em 2001 (com a dissertação: “Mamulengos dos mestres Zé Lopes e Zé de Vina: etnografia e estudo de personagens”), doutora em Antropologia pela PPGSA/IFCS/UFRJ em 2007 (com a tese “A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do mamulengo”) e pós-doutorada—bolsa CNPq na Unirio em 2008. Entre dezembro de 2004 e maio de 2006, obteve bolsa de doutorado sanduíche DAAD/CNPq para estudar em Berlim, na Alemanha. Em abril de 2006—bolsa de estudos pelo Institut International de la Marionnette em Charleville-Mézières, na França. Em 2009, atriz no espetáculo “Pessoas”, direção de Susanna Kruger—Espaço Sesc e no Teatro Sergio Porto. Foi integrante da Cia de Teatro Atores de Laura, na qual atuou em: A Entrevista (1993), A Casa Bem Assombrada (1998), A Flauta Mágica (1999) O Mundo não me quis (1998), As Rosas de Nossa Senhora (1999) e Auto da Índia ou Arabutã (1999/2000).
Ficha técnica do espetáculo
Realização: Grupo Pedras
Com: Marina Bezze, Georgiana Góes, Diogo Magalhães, Adriana Schneider
Direção, pesquisa e concepção: Adriana Schneider
Direção de manipulação e bonecos: Miguel Vellinho
Assistência de direção: Camila de Aquino
Criação material dramatúrgico: Adriana Schneider, Camila de Aquino, Diogo Magalhães, Helena Stewart, Luiza Leite, Marina Bezze e Miguel Vellinho
Texto em verso: Luiza Leite
Direção musical, músicas originais: Kiko Horta
Sonoplastia: Ronaldo Alves
Produção musical: Kiko Horta e Ronaldo Alves
Cenografia: Carlos Alberto Nunes e Marcos Feio
Figurino: Ana Paula Secco
Figurino Princesa Elisabete: Marcelo Marques
Iluminação: Luiz André Alvim e Guiga Ensá
Direção de produção: Roberta Schneider
Produção executiva: Érika Neves
Assistência de Produção: Francisco Quiorato
Assessoria contábil: Alexandre Marins
Assessoria jurídica: Pedro Genescá
Preparação vocal: Adriana Piccollo
Programação Visual: Pedro Pamplona
Produção gráfica: Marcos Correa
Design da Exposição e objeto “águia”: João Bina Neto
Fotografia e curadoria da exposição: Maria Mazzillo
Fotografia still: Cristiane Cotrim
Vídeo: Rodrigo Savastano
Execução de figurino: Nilse Maldonado e Cris Dutra
Pintor de arte: Nilton Katayama
Esculturas de bonecos: Bruno Dante
Músicos: Kiko Horta, Thiago Queiroz, Ricardo Cotrim, João Bina Neto, Cachaça, Luis Flavio Alcofra, Rodrigo Scofield, Eduardo Almeida Prado, Carlos Prazeres, Mariana Zwarg, Ivan Machado
Gravação, masterização, limpeza audio Severino e mixagem: Oswaldo Vidal
Gravação “Tema Elisabete”, “Cavalgada de Adriano”: Ricardo Kalafate
Colaboração: Ana Paula Secco, Georgiana Góes, Luiz Andre Alvim e Flavio Souza
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