Os orixás de Raquel Nader

Exposição “Ori” fica aberta ao público até o fim do mês, no Sesc
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

A mais recente exposição da artista plástica Raquel Nader, “Ori”, pode ser vista na galeria do Sesc, até o dia 30, com visitação aberta entre 8h e 17h. O tema da mostra são os orixás do candomblé, retratados com sensibilidade e riqueza de detalhes. Ao todo são 15 painéis nos quais foram utilizados diferentes materiais, como papelão e tecidos para confeccionar as obras. A entrada para a exposição é gratuita.

Raquel já foi professora de artes em colégios das redes pública e particular em Nova Friburgo. “Ori” é a sua primeira exposição individual. “Já participei de algumas exposições coletivas, mas nunca tinha feito uma só com meus trabalhos”, contou Raquel.

Uma das propostas da artista é mostrar a importância da reciclagem para a preservação ambiental e a produção de que o belo pode surgir de onde menos se espera. “Materiais que seriam descartados pelas confecções acabam se transformando em arte. Isso é importante para que os trabalhadores da moda íntima vejam que é possível produzir beleza com o que costuma ser inutilizado”, afirmou a artista. Ela contou ainda que aproveitou objetos pessoais e partes de uma fantasia de carnaval da Vila Isabel para criar um dos painéis.

Ao retratar os orixás, suas cores e seus ritos, a exposição também visa valorizar a cultura negra. “Desde a aprovação da Lei 10.639, que estabelece o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas, venho me dedicando ainda mais a esse trabalho de resgate das nossas raízes e da autoestima dos negros”, diz a artista.

Nos dias 16, 24 e 30, as visitações também contarão com sessões de contadores de história, interação com textos e imagens visuais, cultura das plantas e ervas, ativação da memória afetiva com sabores e lembranças. LIVRE

ORI

“Ori” é um segmento vocal presente em vários idiomas, do iorubá ao japonês, passando pelo latim e chegando ao português em forma de prefixo. “Ori” quer dizer cabeça em ioruba (ori-xá) e dobradura em japonês (ori-gami). No candomblé significa a cabeça, ou seja, a mente, a inteligência, e, por extensão, a alma orgânica. Já no latim traduz-se por elevar-se, lançar-se ou surgir, nascer—estando ligado à fonte, raça, antepassado, fundador.

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