Os focas - 29 a 31 de outubro 2011

Por Amine Silvares, Priscilla Franco e Leonardo Lima
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

E as mulheres dominam!

Só mulheres fazendo Os Focas. Estão gostando? Ficou muito “Clube da Luluzinha”? Tá faltando testosterona? O Léo Lima volta de férias em breve, não se preocupem. Enquanto isso, pode ir mandando seus comentários sobre a dominação feminina, pelo menos nesta coluna. O nosso e-mail é osfocas@avozdaserra.com.br.

O frágil limite do humor

Priscilla Franco

O comediante Rafinha Bastos protagonizou uma polêmica recentemente e colocou em questão o limite que separa a piada de uma declaração ofensiva. Durante o programa CQC, da Band, ao comentar a gravidez da cantora Wanessa Camargo, ele disse que “comeria ela e o bebê”, fala que culminou em seu afastamento da emissora. Defensor do humor sem limites, não é a primeira vez que o comediante causa este tipo de mal-estar. Em julho ele foi alvo de inquérito policial ao ironizar mulheres vítimas de estupro em um show de comédia stand-up, e afirmar que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.

Falas como as de Rafinha, perseguições a políticos e celebridades, insinuações e piadas fazem com que espetáculos humorísticos estejam constantemente em tribunais. No meio televisivo os recordistas em processos são Pânico (RedeTV!), CQC (Band) e Casseta & Planeta (Globo). O humorista Marcelo Tas, colega de Rafinha no programa da Band, considera os recursos jurídicos como uma tentativa de censura. “Há uma escalada galopante do politicamente correto que tenta aplainar e uniformizar toda forma de pensamento inusitado”, afirma. “Há um retrocesso grave e preocupante quanto à liberdade de expressão no país.”

A crítica de Tas ganha embasamento diante de atitudes equivocadas, como a da legislação eleitoral que tentou impedir a menção a candidatos em programas de humor durante as últimas eleições presidenciais. A decisão foi considerada inconstitucional e posteriormente derrubada pelo Supremo Tribunal Federal. Mas diante de piadas que constrangem pessoas ou classes, incitam violência e discriminação, persiste a dúvida sobre os limites do tolerável no humor.

Para alguns filósofos e pensadores que buscam explicações para o riso, seres humanos teriam uma tendência natural a achar graça do que está em posição desfavorecida. Os seguidores das teorias da superioridade defendem que todo riso partiria da sensação de “glória individual” frente ao escárnio de outro, ou de alguma situação. Se o humor está condicionado a certa zombaria, e se espera preservar o direito constitucional à liberdade de expressão, restaria a Rafinha Bastos e demais comediantes colocarem o bom senso à frente da piada.

FRASE DA SEMANA

“A gente percebe que tá ficando sedentário quando uma simples crise de tosse acaba malhando seu abdômen”

Carlos Ruas, via Twitter

LEMBRA DISSO?

Juliana Scarini

Sem dúvidas, Tom e Jerry é um desenho que marcou gerações. Lançado em 1940 nos cinemas, William Hanna e Joseph Barbera tiveram a ideia do desenho de um gato que perseguia um rato. De ideia simples, o desenho fez sucesso entre muitas crianças e, até hoje, a série é veiculada.

As tentativas frustradas de Tom de capturar Jerry se devem às habilidades do ratinho que sempre consegue fugir, se aproveitando da falta de esperteza de Tom. Com poucas falas, e apenas com trilhas sonoras, o desenho consegue prender o telespectador na briga entre os personagens. Bombas e ratoeiras fazem parte das cenas, “ingredientes” típicos de uma briga entre gato e rato.

O desenho, que mexe e mexeu com a destreza e criatividade de crianças de várias gerações, caiu no gosto popular, muito provavelmente pela sua simplicidade estética e um roteiro bem definido.

No entanto, nem tudo são flores da trajetória de Tom e Jerry. Pesquisando um pouco mais sobre o desenho descobri o lado obscuro da história, aparentemente, inocente. Como a maioria das séries produzidas das décadas de 20 até 60, o desenho era considerado politicamente incorreto. Aproximadamente 24 episódios foram acusados de possuir cenas racistas e, por esse motivo, foram editados e cortados.

Aqui no Brasil o desenho é exibido pela TV aberta no SBT e na TV fechada no canal Cartoon Network. Independente das críticas, Tom e Jerry, até hoje, é capaz de prender a atenção de crianças, numa trama que ensina a verdadeira rivalidade e gatos e ratos.

LI, VI E OUVI

Amine Silvares

Li: O site Vi o Mundo traz diversas notícias que a gente não costuma achar facilmente nos grandes portais. Com artigos de opinião, matérias, denúncias e críticas, os jornalistas envolvidos fazem coberturas de importantes eventos e escândalos, dando uma visão diferente daquelas que estamos acostumados a achar na grande mídia. Vale muito a pena visitar o site www.viomundo.com.br. Informação nunca é demais.

Vi: Downton Abbey se passa em uma casa de campo inglesa em 1912 e retrata a vida da família Crawley e os empregados que trabalham para eles. Downton é a casa dos Crawleys, que têm sido os condes de Grantham desde 1772. Na mansão, vive a aristocrata família e seus empregados. Alguns deles são leais à família e comprometidos com Downton como uma forma de vida, outros estão de passagem, à procura de novas oportunidades, amor ou simplesmente aventura. A diferença é que eles sabem muitos segredos da família, enquanto que a família pouco sabe deles. Ainda sem exibição na TV brasileira, a primeira e a segunda temporada, com sete episódios cada, já estão disponíveis em diversos sites para download.

Ouvi: O último CD do Arctic Monkeys está, realmente, bem legal. Esse é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa, que vazou na internet antes de ser lançado oficialmente. Os integrantes cresceram, o som está mais lapidado, mas eles ainda mantêm a boa energia que os levou ao sucesso. Gostei muito de “Dont Sit Down ‘Cause I Move Your Chair” e “That’s Where You’re Wrong”. Vale a pena o download/a compra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade