Amigos leitores, peço consentimento para dar uma boa notícia.
Estive há pouco como convidado no Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, contando e ouvindo boas histórias com um grupo de voluntários, além da equipe de profissionais da instituição que participam do Projeto Biblioteca Viva, no qual ouvem e contam histórias desde 2001.
Desde 2005, ele foi estendido à UTI neonatal, com resultados surpreendentes. A coordenadora Maria Madalena Quaresemin de Oliveira nos conta que a iniciativa surgiu em um momento no qual a UTI apresentava melhora contínua no desempenho, com aumento de sobrevida dos prematuros de alto risco. O ponto de partida, então, foi a ideia de que a leitura para os bebês, mesmo os recém-nascidos em difíceis condições de saúde, tornaria o ambiente mais acolhedor e familiar—em vez do ruído constante das máquinas, uma voz humana e um rosto tranquilo estabelecendo com o bebê um diálogo afetivo e acolhedor. A leitura para os bebês acontece quatro vezes por semana, com livros infantis escolhidos, tanto pelo conteúdo, como pela sonoridade dos textos.
A leitura para os bebês foi adotada com o propósito de tornar o ambiente menos frio e inóspito. Nessas situações de extrema tensão, a leitura tem proporcionado momentos de tranquilidade, afeto e interação maior entre mães e filhos.
O trabalho baseia-se em estudos sobre o desenvolvimento mental e emocional dos bebês e na experiência acumulada pela equipe do Projeto Biblioteca Viva com a leitura no ambiente hospitalar. Mais do que aprimorar o atendimento aos prematuros e seus familiares, uma das principais razões para o sucesso do projeto é valorizar a vida e trazer afeto para quem mal chegou ao mundo e já tem de lutar para sobreviver.
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