Estão chegando as flores!
Adeus, inverno! Bem-vinda, primavera! E já já vem aí vem o calor insuportável, o cecê no ônibus lotado, o ar-condicionado quebrado e o mau humor por ver metade dos seus amigos de férias na praia, enquanto você assa preso no trabalho. Aceitamos doações de ventiladores (que funcionem, por favor!).
Crítica Literária
Priscilla Franco
Se antigamente as críticas que determinavam o sucesso ou o fracasso de uma obra literária estavam nos grandes jornais, hoje os próprios leitores assumiram esse papel, e divulgam suas opiniões em sites e blogs feitos especialmente para isso. As editoras perceberam o potencial desses novos críticos, e alguns deles conseguem notoriedade, recebem em casa os últimos lançamentos e lucram com a venda de espaços publicitários.
Cibele Ramos trabalha com desenvolvimento de sistemas, mas na internet é conhecida como a dona do blog “Eu leio, eu conto”. A carioca de 25 anos está por detrás das resenhas e críticas literárias que recheiam a página, de aparência profissional e atualizações diárias. Seus textos atraem milhares de leitores e o blog reúne mais de mil e setecentos seguidores fiéis.
Para manter o ritmo de postagens, a blogueira lê atualmente 50 livros ao ano, o que toma boa parte de seu tempo livre. “Eu leio sempre que tenho um tempo vago, seja indo para o trabalho, faculdade ou um pouco antes de dormir”, conta. Cibele lamenta que tanto profissionalismo, porém, não foi suficiente para fazer do hobby uma fonte de renda. “Ainda não cheguei a esse ponto”, brinca.
Mas se o lucro ainda não veio, os gastos com livros foram reduzidos depois que o blog firmou parceria com grandes editoras e Cibele começou a receber em sua caixa de correio as obras que figuram entre as mais vendidas nas livrarias. “No começo eu solicitava parceria com as editoras que tinham os meus livros preferidos. Algumas me aceitavam logo de cara e outras recusavam, mas posso dizer que no final deu tudo certo”, conta. Hoje em dia, Cibele revela que parte das editoras o interesse em novas parcerias. “Normalmente há um contato inicial onde elas me questionam se eu gostaria de resenhar um determinado livro e, de acordo com a minha disponibilidade de tempo, aceito ou recuso”, explica.
Para quem quer criar o próprio blog e se tornar um bom crítico literário, a blogueira recomenda sinceridade acima de tudo. “Acho que o principal é gostar de livros e expressar sua opinião de uma forma sincera, sem se preocupar com parcerias. Isso é uma coisa que vem com o tempo, como forma de reconhecimento de um trabalho bem feito”, aconselha.
FRASE DA SEMANA
“Salário mínimo é como menstruação. Vem uma vez por mês, dura três ou quatro dias e se atrasar deixa todo mundo louco”
Autor desconhecido
LEMBRA DISSO?
Leonardo Lima
“Olho no lance... ééééééé mais um gol brasileiro, meu povo! Foi foi foi foi foi foi foi foi ele... Romário, o craque da camisa número 11! Confira comigo no replay.” Quem não se lembra do estilo único de narração de Sílvio Luiz, um dos locutores de maior sucesso no país. Atualmente ele está na RedeTV!, mas o auge de sua carreira aconteceu na década de 90, quando integrava a Band. Após ter sido repórter de campo, passou a ser locutor esportivo, ganhando aos poucos o posto de titular dos jogos e transmitindo várias Copas do Mundo. Sua irreverência e o timbre bastante grave são marcas registradas. Durante as narrações, criou bordões e frases de efeito como “pelas barbas do profeta”, quando um jogador fazia um lance bizarro, “acerte o seu aí, que eu arredondo o meu aqui”, quando o jogo estava prestes a iniciar, ou “vai mandar o sapato daí”, quando um jogador se preparava para chutar de uma longa distância. Sua irreverência é tanta que durante uma transmissão ele chegou até mesmo a atender um telefonema de sua mulher.
Em 2008 foi demitido da Band, porém permaneceu no Grupo Bandeirantes, sendo utilizado no canal fechado BandSports, onde narrava jogos do Campeonato Português. Entretanto, dez dias antes da Copa do Mundo, na África do Sul, ao saber que não seria aproveitado pediu demissão e se desligou definitivamente da emissora pela qual trabalhou durante 20 anos.
O reconhecimento pela originalidade de seu trabalho não ocorre apenas no território nacional. A Konami, produtora japonesa de jogos de videogame, o convidou para ser o narrador oficial da versão 2011 do game Pro Evolution Soccer, onde o locutor pôde inserir todas as suas expressões cheias de sarcasmo. Em uma época onde vemos narradores padronizados, com pouca irreverência nas transmissões e quase nenhuma criatividade, Sílvio Luiz é o exemplo de alguém que fez sucesso trilhando sua própria trajetória sem precisar copiar ninguém.
LI, VI E OUVI
Amine Silvares
Li: O estado laico está em pauta e o site Fiscais de Fiofó (http://fiscaisdefiofo.ligahumanista.org/) compila os mais absurdos projetos de lei do Brasil para mostrar como os nossos vereadores, prefeitos, deputados, governadores e senadores estão tentando rasgar a constituição pra se meter na sua vida enfiando uma Bíblia goela a baixo. De ensino religioso obrigatório nas escolas, mesmo que você não queira isso pro seu filho, à casamento gay e legalização do aborto, os governantes tentam restaurar “a moral e os bons costumes” a qualquer preço. Mas quem paga, obviamente, é o povão.
Vi: A série Dexter conta a história de um serial killer que mata serial killers. O psicopata Dexter Morgan não sente o menor remorso ao cometer assassinatos (e desde quando psicopata sente remorso, né?), mas precisa esconder a sua verdadeira personalidade para não ser preso. Aliás, ele trabalha como perito, especializado em sangue, no departamento de Polícia de Miami e acaba tendo acesso a ficha policial de vários criminosos/vítimas. As quatro primeiras temporadas já foram lançadas em DVD e a quinta deve sair em breve. A sexta começa em breve nos EUA. No Brasil, o programa passa no canal pago FX.
Ouvi: Já falei de True Blood aqui na coluna e quem assiste à série sabe que um dos destaques é a trilha sonora. Da abertura, com a marcante “Bad Things”, de Jace Everett, às músicas que embalam as merdas que a Sookie faz, a série tem uma das trilhas mais legais da atualidade. Os clássicos do soul e jazz, além de algumas músicas country e rock da melhor qualidade, combinam muito bem com o clima da cidade fictícia de Bon Temps.
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