Preservação da natureza

Por Valfredo Melo e Souza (*)
sexta-feira, 01 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Como o franzir mitológico das sobrancelhas de Júpiter, que detona o trovão fatal, os tsunamis aí estão a nos alertar para a preservação da natureza. Nesta temática foi levantada uma proposição aos adeptos dos graus filosóficos para que voltassem os olhos às necessidades de um controle dos recursos hídricos do Planeta. Um problema de equilíbrio geopolítico tão importante quanto o controle das jazidas petrolíferas. Que fiquem alertas para esses recursos naturais, para as agressões provocadas pelo homem, para o avanço da consciência ecológica, as grandes inundações, desmatamentos, poluição das águas, do ar e do solo. Notadamente, o Oriente Médio e o Norte da África, tão carentes desses recursos, vivem em seculares campanhas suicidas.

Aos presentes, voltados às práticas ritualísticas — mito e simbologia da água — fez-se uma análise desde o Lago Meris, no oásis de Faim, onde habitavam os essênios, até um simples vaso com água com pequenas toalhas imersas para abluções. O rio Nilo personificava o Egito e nascera como mito da água. A união de Osíris aquático e Isis terrena que geraram Hórus, o menino-deus. Os antigos empregavam os nilômetros, uma espécie de fluviômetros que possibilitavam aos lavradores calcularem os níveis da água no curso inferior. A água ficou como um instrumento de purificação ritual e tem papel essencial nas cerimônias iniciáticas e religiosas. “No coração do sábio reside a água ...” (Prov 20:5).

No atual século XXI estima-se que em todo o mundo cerca de 900 milhões de pessoas passem sede todos os dias e falta água para outras coisas importantes como a criação de animais e agricultura familiar em virtude da acelerada poluição das fontes. Excesso de agrotóxicos. As principais instruções escritas sobre irrigação de lavouras são de autoria sumeriana (4.000 a.c.).

Platão ensinou a necessidade de disciplinar o vaso de água prescrevendo formas de penalização para o desperdício, pois a água era vital para as plantações.

Com o objetivo de promover discussões acerca da consciência do homem em relação à água, a ONU instituiu o Dia Mundial da Água (1992) e publicou uma Declaração Universal dos Direitos da Água. Nela todos nós temos uma parcela de responsabilidade no consumo inteligente da água, na cultura de preservação ambiental e na consciência ecológica do Planeta.

Em dez artigos a Declaração tece considerações sobre esses compromissos: a água faz parte do patrimônio do planeta: cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Ela é a seiva de nosso planeta é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Não é uma doação gratuita da natureza ela tem um valor econômico. Não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. Sua utilização implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Sob esse prisma abriremos nossos caminhos ao encontro da essência humana.

(*) – Jornalista e escritor

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