Cuidando dos bichinhos - Labrador Retriever - 25 a 27 de junho 2011

Por Drª Flávia de Oliveira Herdy e Drª Henriette Bito Jordão
sexta-feira, 24 de junho de 2011
por Jornal A Voz da Serra

O labrador tem sua origem na Terra Nova, uma região fria, inóspita e desabitada do Canadá, descoberta por John Cabot no século XV. Segundo relatos, alguns pescadores da região costumavam ser vistos sempre com um cão a bordo de suas embarcações, de pelagem curta e densa, e capaz de mergulhar nas gélidas águas para recolher o peixe que escapava das redes.

Esses cães foram levados para o Reino Unido, e alguns caçadores de aves (especialmente patos) descobriram que poderiam utilizar algumas das características desses cães para criar uma raça específica para a função. Mantiveram, através de acasalamentos selecionados, características como a vontade de buscar objetos, o gosto pela água, a pelagem grossa e resistente, a boca “macia” (que carrega objetos sem danificá-los), a docilidade e a obediência. Com isso chegou-se ao Labrador. No início, apenas os pretos eram reconhecidos. Como nasciam cães de outras cores nas ninhadas, alguns criadores se uniram e fundaram o Clube do Labrador Amarelo, que foi a segunda cor a ser reconhecida pelo TKC (The Kennel Club). Por último, reconheceram o chocolate, que também era comum, mesmo em ninhadas de pretos.

Os Labradores são cães inteligentes, obedientes, com forte desejo de servir. De natureza gentil, sem indício de agressividade ou indesejável timidez. Um bom Labrador está sempre querendo agradar seu dono, tornando fácil o treinamento para obediência, possui um ótimo faro e um corpo atlético. É um cachorro bem-humorado, amável, leal e totalmente confiável com crianças.

Pode parecer adaptável a qualquer estilo de vida, mas não é apropriado para uma vida urbana sedentária, pois precisa de muito exercício, como correr e nadar. Outra observação: é uma raça que necessita de muita atenção de seus donos, caso contrário pode se tornar um “destruidor” de objetos, principalmente sapatos, meias e pés de móveis.

No Brasil, a raça vem ganhando fãs e admiradores. Isso nos leva a um risco na criação, ou seja, devemos buscar a qualidade e muitas vezes, mesmo sem intenções ruins, são feitos cruzamentos inadequados em relação ao Padrão da raça. Conclusão: acabamos correndo o risco de ter um cachorro com desvio temperamental ou físico.

Lógico que existem muitos criadores sérios no Brasil, que trabalham para melhorar a raça. Esse trabalho é de extrema importância, uma vez que só com seriedade podemos diminuir os casos de displasia coxofemoral em Labradores, problemas de pigmentação (focinho com coloração rosa), desvios temperamentais, entre outros. Esses três problemas são os que mais preocupam os criadores e para evitá-los, eles precisam selecionar muito bem matrizes e padreadores, precisam estudar profundamente os pedigrees “do casal” e, tomando esses cuidados, terá grandes chances de produzir bons animais. Já os compradores de Labradores precisam selecionar os criadores, estudar a raça, o padrão, os pais do filhote, os laudos de displasia, observar o temperamento dos pais e aí sim comprá-lo.

Ao comprar um filhote, deve-se ver as chapas de displasia (raios-X) dos pais, mesmo que ambos pareçam saudáveis. Essas chapas são feitas depois dos dois anos de idade (quando o cão já está completamente formado) e por profissional veterinário credenciado pelo Colégio ou Ordem Veterinária local.

Esses animais vivem de 12 a 14 anos e chegam a um tamanho de 56cm a 57 cm para machos e 54cm a 56 cm para fêmeas. Em relação ao peso, variam de 25 a 34 quilos. Os olhos devem ter tamanho médio, de cor marrom ou avelã, com expressão inteligente e de bom temperamento. As orelhas devem ter tamanho médio, de inserção, preferivelmente, bem para trás, portadas caídas rente às faces, sem ser pesadas. Já a cauda, conhecida por “cauda de lontra”: muito grossa na raiz, adelgaçando gradualmente para a ponta, comprimento médio, sem franjas, completamente revestida por uma pelagem curta, espessa e densa, conferindo uma aparência roliça.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade