Se você soubesse quando seria o fim de tudo, o fim do mundo... O que você gostaria de estar fazendo? Em que lugar você gostaria de estar? Com quem você gostaria de estar nos seus últimos minutos?
O fim assusta você? Quando tudo acaba, o prenúncio do fim nos faz diferentes, não porque mudamos, mas porque temos urgência em fazer o que tem que ser feito. O que é que tem que ser feito? Você sabe. Isso não é segredo, nem um mistério a ser desvendado. É atitude. Fazer o certo não é difícil, mas constantemente adiamos. Por preguiça, medo, insegurança. Por receio, ingenuidade de menos, ignorância. Por comodismo, fé demais ou de menos, confiança de que há mais tempo, novas chances. Mas se não lhe sobrar nem mais uma chance. Será que se pode prever quando será essa última chance? Será que estamos preparados? Se você soubesse que amanhã será o fim do mundo, o que você faria? Consumaria seus mais tolos desejos ou revelaria os seus mais íntimos e profundos sentimentos? Ficaria perdido no meio da multidão desconhecida esperando meteoros ou ficaria com os seus? Abraçados com os seus pelo tempo-espaço que dividiram juntos ou com desconhecidos que poderiam ser um dos seus?
Acreditamos no para sempre ainda que rechacemos o felizes para sempre. Saboreamos a dúvida, sempre certos de que o fim está longe demais e que por isso é tolice antecipar as coisas do coração. Esquecemos de Deus para recorrer a Ele quando realmente precisarmos. Falamos tanto em eternidade que despercebemos o caminho ate lá. O finito é concreto. Há o que temer, ainda que o sonho seja maior do que todo o adverso ao abstrato.
O mundo é velho e tem muito ainda o que envelhecer. O sol não nos engolirá. Nem a via-láctea entrará num grande buraco negro. Tampouco o universo se comprimirá para um novo big-bang. Mas nesse mar de certezas em que as ondas do mar não cessam nem por um minuto nas vinte e quatro horas do dia, o homem finge a transformação que se projeta em seus olhos. O tempo se preenche em uma régua que tem início, meio e fim. Os dias vão para se despedirem, mas acenam nos convidando para caminhar sobre suas horas... E ao caminhar descobrimos que próximos do fim, o tempo é sempre escasso.
Quando o mundo acabar você vai querer estar no seu lar. Com os seus. Aqueles que você realmente ama. Rechaçará todas as quinquilharias modernas e todo o ouro. Terá como maior valor as pessoas que preza, as lembranças de uma trajetória com as pessoas que caminharam com você. E irá querer presenteá-las com um abraço de gratidão, declarando a elas todo o sentimento que ainda que não revelado o moveu para o lado desses que te fizeram feliz e melhor.
O fim pede urgência. Quando será o fim do mundo? Quem pode prever? Quando será o fim do mundo? Quem pode prever? Onde você irá querer estar? Com quem? Por quê? Toda pergunta tem uma resposta quando o fim está próximo. O fim pede escolha e não permite que se adiem as decisões.
Deixe o seu comentário