O homem sempre foi fascinado pelo futuro e especialmente sobre as previsões acerca dele. Sempre teve essa vontade de saber antes de acontecer. O homem vê o futuro pelas estrelas, pelas linhas das mãos, pelas cartas, por pedrinhas e até pela borra do café. Tudo, os números, a disposição dos astros ou como se formam as nuvens no céu, os sonhos, imagens distorcidas em transe, incorporação de espíritos, qualquer coisa serve como parâmetro para através da observação passada arriscar o que será o amanhã.
Como será o amanhã? Diz a música! Todos nós queremos ser felizes e isso é uma constatação que não precisa de bola de cristal, nem de tarô. O fato é: o que nos traz a felicidade? Dinheiro, saúde, trabalho, futebol, pessoas...
Muitos são os motivos de nossas felicidades e infelicidades. Mas mais do que a felicidade está a percepção acerca dela. Por isso, é tão comum aquela frase: “Ah! Eu era feliz e não sabia...” Quando se está feliz, raramente nos congratulamos com a felicidade! A felicidade é um estado e ninguém será eternamente feliz ou eternamente triste.
Claro que tudo depende do ponto de vista de cada um. Quando não se está feliz o homem pode estar feliz pelo simples fato de saber que a felicidade virá logo ou que está se preparando para tal. Afinal, depois de cada dia vem a noite, depois de cada noite vem a madrugada e assim por diante num ciclo sem fim. Dessa maneira, a vida de cada um também se faz em ciclo, com a pequena diferença de que a vida de cada um nasce, cresce, envelhece e morre. Quando morre? Aí é outra história.
Mas vivemos o hoje de olho no amanhã sem qualquer garantia de que ele virá e como virá. Por isso nossa inquietação: que escolhas devo fazer para um futuro melhor? O que acontecerá? Quem vou ganhar? O que vou perder? Ainda que todas as previsões nos mostrem um caminho, ainda sim esperamos ansiosos para que venha dessa ou daquela forma ou diferente. Na verdade, nunca estamos preparados, ainda que tudo nos indique que o amanhã será assim ou assado. Ainda que soubéssemos, apenas imaginamos o que será sem saber de fato o que é. A delícia está aí: é vivendo que se vive, o resto é suposição.
A bola de cristal nos mostra que devemos viver e que a vida tem seus propósitos: amar, brincar, arriscar, se recolher, brindar, temer, se aventurar, compartilhar... Não importa se algumas coisas saem de nosso domínio, se não podemos controlar o vento ou segurar os ponteiros do relógio. Às vezes, o nosso destino sai dos trilhos e se desesperar nem sempre é a melhor atitude. Qual a melhor atitude? Essa é uma descoberta que se faz na hora e não há ferramentas que nos ajudem, a não ser nós mesmos. Nem cartas, tampouco as estrelas, só a nossa intuição, nossa avaliação momentânea...
Não, o destino não é algo que se cumpre solitariamente, mas cada decisão que tomamos é exclusivamente nossa. Não há que culpar ninguém. Não há que se dizer que foram as cartas ou os números que disseram que assim seria ou assim será. Não há que se culpar a cartomante, a cigana ou o vidente de esquinas ou de templos. O rumo que tomamos, a vontade que saciamos ou não saciamos, o peso que colocamos de um lado da balança ou do outro, tudo isso é nossa inteira responsabilidade! Temos o dom do livre arbítrio, temos o privilégio de decidir. O resultado das nossas decisões são sentidos por nós e podem influenciar a rota dos mundos que nos circundam, mas se fazem no agora e não porque as estrelas assim mostraram. O agora é poderoso e todo poder é perigoso, mas se temos é preciso usá-lo e de preferência para o nosso bem, daqueles que amamos e para o bem do mundo. Pelo menos é isso o que disse a bola de cristal ontem, disse hoje e dirá amanhã. Aproveite o dia, viva a vida e seja feliz!
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